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Zinho não trabalha mais com Jair Picerni

Cansado de ser ignorado pelo treinador, e ao mesmo tempo ser responsabilizado pela má fase do time, o meia acha que é melhor deixar o Palmeiras.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Zinho está praticamente fora do Palmeiras. As declarações dadas pelo meia criticando o técnico Jair Picerni não foram bem recebidas pela diretoria. O jogador ficou irritado ao ler a edição de hoje do Jornal da Tarde em que Picerni insinuou que tanto ele quanto os atacantes Thiago Gentil e Muñoz teriam valorizado simples contusões musculares para não viajar a Salvador, onde a equipe enfrenta o Vitória pela Copa do Brasil. Horas depois, durante entrevista a uma emissora de rádio, Zinho perdeu a paciência ao ouvir o próprio Jair dizer que bastaria uma seqüência de bons resultados para que as dores desaparecessem rapidamente. Amanhã, o jogador deve se reunir com o presidente Mustafá Contursi para definir o seu futuro. Mas, por trás de sua saída do Parque Antártica, está o interesse do Cruzeiro, que a pedido do técnico Venderei Luxemburgo já fez uma proposta para contratá-lo. "A declaração do Picerni foi muito infeliz. Ele é o único culpado do que está acontecendo. Mandou seu auxiliar (Fred Smânia) me avisar que eu não iria para a Bahia, dizendo que preferiria escalar os garotos. Não tive opção, já que o próprio departamento médico me vetou para o treino para me preservar. Estava sentindo dores, mas me coloquei à disposição para a partida. No entanto, meu nome não estava sequer na lista dos relacionados para a viagem. O Jair realmente não gosta de mim. Estava há cinco meses me contendo para não falar isso, mas não há mais espaço para nós dois dentro do Palmeiras. Por isso vou falar com o presidente", disse Zinho. Segundo o meia, o treinador também errou ao tentar sujar sua imagem. "Minha história no futebol não começou ontem. E não é o Picerni que vai manchá-la. Eu li no jornal que ele pediu pessoalmente para o Magrão, que também estava com dores, viajar para Salvador. Por que não teve a mesma atitude comigo? Roupa suja tem que ser lavada em casa. Menos mal que o Palmeiras é grande e tem a mídia a acompanhá-lo para que as pessoas vejam quem está errado. Não é justo colocar a culpa somente em mim por tudo de ruim que está acontecendo". Zinho afirmou que seu relacionamento com o treinador nunca foi bom. "Ele raramente fala comigo, e não gosta que jogadores palpitem em relação ao seu esquema. Me escala porque tem que escalar. No início, eu até tentava colaborar durante as preleções, mas diante da falta de recepctividade me recolhi. Mas o grande problema é que meu futebol não o agrada. Adoro o Palmeiras, é triste falar isso, mas não estou mais sentindo felicidade em acordar cedo para vir treinar. Não tenho tranqüilidade e confiança para jogar. Minha paciência chegou ao limite. Tentei falar com ele uma vez mas o papo não surtiu efeito". O meia afirmou que não concorda com o posicionamento tático imposto pelo treinador. "Não quero um esquema só para mim, todos sabem que não sou egoísta muito menos vaidoso. Mas desde que cheguei aqui nunca deixei de contribuir. Joguei até de primeiro volante para colaborar. Mas é estranho que em cinco meses a equipe ainda não tenha um esquema definido. Quero deixar claro que não desejo o mal a ninguém. Quero, sim, o meu bem. De repente, o Picerni é uma grande pessoa, mas jamais me deu chance de conhecê-lo de perto". Para Zinho, o jogador tende a render mais quando tem respaldo. "O treinador não tem obrigação nenhuma de ser amigo dos atletas, mas sempre é bom passar confiança ao grupo. Aqui, isso acontece especialmente com o Magrão, que é querido e respeitado pelo Picerni. Por isso, hoje ele é o melhor jogador da equipe, não tem medo de errar. Pode fazer três partidas ruins que mesmo assim não vai perder a confiança". O auxiliar de Picerni, Fred Smânia falou rapidamente com a Agência Estado, de Salvador. "O Jair não quis dizer que alguns jogadores estavam fazendo corpo mole. Suas palavras foram ditas com pureza". O diretor de Futebol Mário Gianini prefere esperar a reunião de amanhã envolvendo Mustafá e Zinho para se pronunciar. "O Zinho só falou para a imprensa, por isso oficialmente não sabemos de nada. Vamos esperar o Picerni retornar de Salvador para tomar uma decisão". Índio - Em nota oficial emitida pela assessoria de imprensa do Palmeiras ao JT, o ditretor de Futebol Fernando Gonçalves negou qualquer tipo de agressão moral contra o zagueiro Índio, que deixou o clube semana passada.

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