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19s19 e Bolt já é uma lenda

Velocista dribla o cansaço e vence os 200 metros com recorde

Por BERLIM
Atualização:

O mundo do atletismo viu, ontem, uma nova faceta de Usain Bolt: o jamaicano ultrapassou a linha de chegada realmente cansado, a ponto de precisar se agachar na pista. O esforço, porém, foi recompensado com outra medalha de ouro - desta vez, nos 200 metros - e mais um recorde mundial. Assim como na final dos 100 m, realizada no domingo, Bolt diminuiu incríveis 11 centésimos em relação a sua antiga marca, também conquistada exatamente um ano antes. Quase 70 mil torcedores que lotavam o Estádio Olímpico de Berlim presenciaram, extasiadas, os 19s19 do velocista. "Estou virando uma lenda", disse o fenômeno, que hoje completa 23 anos. "Mostrei às pessoas que meus recordes em Pequim não eram parte do acaso." No Ninho do Pássaro, Bolt completou a prova em 19s30, batendo os 19s32 estabelecidos por Michael Johnson na Olimpíada de Atlanta, em 1996. "Essa final não foi psicologicamente desgastante como a da Olimpíada, mas fisicamente mais difícil." O jamaicano reclamava do desgaste durante as eliminatórias. A ponto de Johnson afirmar que Bolt levaria o ouro, mas sem recorde. Modesto, o velocista disse que não imaginava mesmo baixar sua marca. "Realmente não esperava", disse Bolt, que repetidamente afirma: os recordes são consequência das vitórias que sempre busca. "Estava preocupado em acertar minha largada. Isso foi o ponto-chave." Para manter a concentração, Bolt revelou sua tática. "Joguei videogame o dia todo. Isso me mantém calmo." Também teve tempo de criar uma bem-humorada homenagem. Bolt entrou na pista com uma camiseta em que se lia "Eu sou Berlino", o nome da mascote do Mundial. A frase também lembrou os dizeres de John Kennedy em 1963, quando disse, em visita à capital alemã, que era um berlinense. Pois foi com Berlino que Bolt fez a festa assim que recobrou o fôlego. O simpático ursinho ajudou o velocista a se levantar do chão e imitou o gesto de arco e flecha. Enquanto os flashes cobriam a dupla, Alonso Edward celebrava um feito. Aos 19 anos, filho de mãe jamaicana, ficou com a prata (19s81) e garantiu ao Panamá a primeira medalha em provas de velocidade.

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