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2009 dá a largada

Grand Prix

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Por Reginaldo Leme
Atualização:

Testes em dias de chuva em Mugello e Algarve, vento forte em Valência, pane de motor na McLaren e carro da Toyota sem o Kers marcam o início da pré-temporada, que viu Lewis Hamilton voltar ao cockpit de um carro dois meses e 19 dias depois do GP do Brasil que o tornou o 30º campeão em 59 anos de história da Fórmula 1. Do outro lado do mundo, a Coreia do Sul garante o seu GP a partir de 2010, e Bernie Ecclestone já negocia com a Índia para 2011, mas sem conseguir, até agora, atrair um comprador para a Honda, o que deixa o grid do principal campeonato de esporte a motor no mundo, provisoriamente, com 18 carros. No seu modo habitual de desenhar uma F-1 inabalável diante de qualquer crise, Ecclestone tenta mostrar indiferença no caso Honda como se fosse igual a qualquer outra equipe que tenha desistido no meio do caminho. Mas a Honda, pela sua grandeza, não pode ser comparada a Arrows, Prost e mesmo Super Aguri, nem a outras que foram vendidas como Jordan, Jaguar e Minardi. Dizer que a Ferrari é a única equipe que faria falta ao Mundial é uma velha reverência feita àquela que é o grande ícone do automóvel no mundo, mas longe de ser uma verdade, especialmente agora. A F-1 vive, sim, um momento delicado, e o fato de o dinheiro de um mundo novo - Bahrein, China, Malásia, Japão, Coreia, Cingapura, Índia e o que mais vier - garantir a realização do campeonato não é solução. Ela tem de continuar sendo respeitável, como esporte, e interessante, como negócio, para sobreviver a qualquer período de crise. O que há de bom é que, desta vez, a F-1 não está se mantendo na mídia durante a entressafra à custa de denúncias de espionagem ou da enrascada do presidente da FIA em escândalos sadomasoquistas. Enquanto não começa a nova temporada, fala-se de novas regras, de como os engenheiros a interpretaram no lançamento dos novos carros e de como os pilotos estão se habituando ao novo estilo de pilotagem. Mas Bernie sempre dá um embalo extra à mídia, e este ano a sua contribuição foi a visita que fez a Madonna di Campiglio para dizer que vai torcer por Felipe Massa em 2009. O mês de janeiro teve tudo isso e mais a meia aposentadoria de Ron Denis, que põe Martin Whitmarsh no lugar de chefe de campo e passa a administrar a McLaren de sua sala na imponente sede da McLaren em Woking, Inglaterra, aparecendo apenas nas corridas que lhe interessem. Um palpite certeiro: ele estará presente nos países que produzem os melhores vinhos. Denis e Norbert Haug, diretor da Mercedes-Benz, são dois grandes conhecedores de vinho e costumam fazer suas encomendas especiais aos restaurantes que frequentam na Austrália, Espanha, Itália e França. No Brasil, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) tem novo presidente. Paulo Scaglione, que comandou o automobilismo nos últimos oito anos, abandonou a disputa por mais uma reeleição, deixando o caminho aberto para o pernambucano Cleyton Pinteiro, que já contava com apoio da maioria das 18 federações com direito a voto, e também dos promotores das principais categorias do automobilismo nacional, que são a Stock Car e a Fórmula Truck. Mas a novidade em termos de regulamento vem da GT3, que busca mais equilíbrio no campeonato criando lastros de peso de acordo com a graduação dos pilotos na composição das duplas (quanto maior a graduação, maior o peso) e também após o resultado de cada corrida (os três primeiros colocados correm com mais peso na etapa seguinte).

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