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A dura rotina do antidoping

Maurren Maggi, suspensa em 2003, diz ser requisitada para exames com grande freqüência

Por Heleni Felippe
Atualização:

Maurren Maggi voltou ao topo do ranking mundial no salto em distância e à rotina dos controles antidoping, em competições ou fora delas. Os oficiais aparecem em qualquer lugar e hora, sem aviso prévio. "Um dia desses eles vieram na pista", recorda a atleta, ao falar de exame- surpresa que fez no início de janeiro. Os emissários antidoping da Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf) foram ao Ibirapuera, em São Paulo, quando Maurren fazia fisioterapia. Procedimento às vezes constrangedor, mas que já não assusta tanto. Ao contrário, parece dar-lhe a certeza de que está sempre "limpa". Maurren não tem como evitar a coleta, pois todo atleta tem de informar onde pode ser encontrado - a Iaaf possui o programa ?Where about? (Por onde anda) em que pode fazer exames-surpresa em qualquer um, especialmente nos que estão entre os 20 primeiros lugares no ranking mundial de cada prova, tendo sido pego ou não em exame antidopings anteriores. Depois de amanhã, Maurren vai para a Espanha, com a seleção brasileira de atletismo, para saltar no 12º Mundial Indoor de Valência, de 7 a 9, em pista coberta, etapa da preparação para a Olimpíada. Maurren persegue um bom resultado olímpico, após duas frustrações: em Sydney/2000 machucou-se e ficou fora de Atenas/2004 por suspensão por doping. "Gosto de competir na China. Fui campeã universitária lá", relembra. "Estou na luta pelo pódio que falta na minha carreira." A viagem de Maurren já foi divulgada, pela internet, em formulário próprio para indicar paradeiros. Ela informa seu paradeiro até quando leva a filha Sofia, de 3 anos, na casa da avó Ruth, em São Carlos. Mesmo com toa a rotina de coletar urina, Maurren, de 31 anos, não acha que o número de testes antidoping tenha aumentado depois que cumpriu suspensão, por dois anos, por resultado positivo para Clostebol (substância que seria originária da pomada usada numa sessão de depilação a laser). Não se sente alvo. Acha que as pessoas envolvidas sabem que se tratou de acidente e não trapaça. "Eles sempre estão atrás de quem compete bem. É até bom. Sei que estou num bom momento. Em 2003, era assim. Em 2007 (foi campeã pan-americana) fiz muitos controles", observa. E Maurren iniciou bem a temporada olímpica - saltou 6,87m, o novo recorde sul-americano indoor na Alemanha (quebrou a marca que era dela mesma, de 6,70m, feita quando ganhou bronze no Mundial de Birmingham/2003), e foi segunda numa prova em Valência (6,76 m). "Nunca comecei o ano tão bem. Dá segurança para saltar no Mundial." Figura em 4º no ranking, atrás das russas Irina Simagina e Olga Kucherenko e da portuguesa Naide Gomes.

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