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(Viramundo) Esportes daqui e dali

À espera do milagre

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Por Antero Greco
Atualização:

Não desdenho do poder de intervenção benéfica de Jesus Cristo, Nossa Senhora, santos e anjos. Apelei inúmeras vezes para os queridos entes divinos e fui atendido muito além do que merecia. Creio, portanto, em milagres, assim como respeito outras religiões e não critico agnósticos e ateus. Tite pelo jeito também bota fé na turma lá de cima. Só assim para entender a convicção de que o Corinthians terminará o Brasileiro de 2013 entre os quatro primeiros colocados e, por conseguinte, ganhará o direito de disputar vaga para a Libertadores. O atual campeão do mundo iniciou a 32.ª rodada na 12.ª colocação, com 41 pontos, 11 a menos do que o Atlético-PR, o quarto no momento.Como há 21 pontos, ainda, em disputa, a matemática mostra que a esperança faz sentido. Mas a projeção otimista do treinador não pode reger-se apenas pelos números. Por esse raciocínio, os que estão à frente do Corinthians - e são muitos, além do próprio Atlético - têm a mesma quantidade de pontos para acumular e depende, portanto, de si. Mais do que isso, é preciso levar em conta o que têm feito os corintianos até aqui para alimentar a confiança de Tite. E aí a porca torce o rabo. O time caminha para ficar com o título de rei dos empates - 14 até agora (seis por 1 a 1 e oito por 0 a 0). Já as vitórias não passam de 9. Ou seja, terá quase de dobrar a série de triunfos e torcer por tropeços de uma infinidade de concorrentes. Haja trabalho para São Jorge. Tomo as declarações do treinador como retóricas. Para um clube que nas últimas temporadas frequentou o topo em tudo quanto foi torneio e faturou taças a valer, não fica bem jogar a toalha. Tite trata de manter elevada a moral da tropa e tenta contagiar a torcida. A prática, porém, tem desmentido essa postura animadora. O Corinthians decepciona a cada apresentação opaca. Depois de novo empate, reforça a sensação de que muitos ídolos de ontem viraram o fio. A reformulação passa por intensa mudança no elenco. Com ou sem a orientação de Tite.Em todo caso, não se paga imposto por apostar na reação dos jogadores e por acreditar numa forcinha do alto. Se der tempo, bem que ele poderia levar o pessoal a uma visita à Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Vai que dar certo. Ah, claro, e não custa fazer a parte que lhes cabe dentro de campo e passar pelo Vitória, que ainda merecidamente ouriçado com a possibilidade de também ficar entre os melhores. Respeito é bom. Já gastei galões de tinta com muitas crônicas a respeito da excessiva importância que se dá ao papel do técnico no universo da bola. Não os considero, por exemplo, astros tão importantes a ponto de me levarem aos estádios para vê-los em ação. Sempre fui ver os artistas da bola. Não significa que desdenho de tal atividade. Ao contrário, a considero relevante no futebol e digna de consideração. Por isso, me soa deselegante a conduta do Fluminense com Vanderlei Luxemburgo. Durante a semana houve zunzum danado em torno de eventual demissão, por causa dos resultados insatisfatórios, e o episódio aparentemente foi superado quando se disse que fica - ao menos até o clássico de hoje com o Flamengo. Não é correto agir de tal maneira. Luxemburgo não começou ontem, nem caiu de paraquedas na profissão. Tem currículo robusto, apesar de vários escorregões. Encontra-se em estágio de vida e carreira em que não cabe ser posto à prova, não faz sentido ficar sob observação, muito menos caminhar na corda bamba. Se o trabalho não atende às expectativas, que seja dispensado, sem embromação. Caso contrário, beira o ridículo esperar para ver no que vai dar. Constrangedora, também, a hipótese de que a ruptura não ocorre porque há multa salgada para quem roer a corda primeiro. A marca do Mago. Valdivia completou 200 jogos com a camisa do Palmeiras, somadas as duas passagens pelo clube. Que bacana. Mas são 163 os jogos em que ficou fora. Puxa...

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