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A festa não foi completa

Empate do Corinthians com o Inter frustra homenagem aos heróis de 77

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Por Fábio Hecico
Atualização:

Era para ser um dia de festas no Pacaembu. Há 30 anos, com um gol de Basílio, o Corinthians batia a Ponte Preta, por 1 a 0, conquistava o Paulista e acabava com o jejum de 23 anos sem títulos. Os heróis daquela conquista estiveram ontem no estádio, receberam homenagem da diretoria, deram a tão sonhada volta olímpica e, depois, se dirigiram às tribunas de honra para ver o time diante do Internacional. Acreditavam numa bela vitória e acabaram frustrados com mais um tropeço no Brasileiro. Com um empate por 1 a 1, gol de Finazzi no fim, o time frustrou Zé Maria, Geraldão, Wladimir e cia. e permaneceu na zona de rebaixamento. Se ?matar? os adversários diretos contra a queda é obrigação, a primeira missão já naufragou. A sorte é que esses rivais também desperdiçaram pontos na rodada. Dos sete jogos para o fim da competição, seis ainda serão com times que igualmente lutam contra o rebaixamento: Náutico, Atlético-PR, Flamengo, Figueirense, Goiás e Vasco. Seis batalhas segundo os corintianos, como era o espírito para o duelo de ontem. Dois anos depois daquela contestada partida do Nacional de 2005, num empate por 1 a 1 no Pacaembu - o Internacional deixou o campo reclamando de pênalti em Tinga e questionando muito de Márcio Rezende de Freitas -, a perspectiva era de clima de revanche e 90 minutos de guerra na reedição do confronto. Ano passado os times até se enfrentaram em São Paulo, só que no Estádio do Morumbi. Experientes, contudo, os jogadores resolveram deixar o passado de lado. "Pelas situações dos clubes, sabemos que será uma decisão, mas não existe nada de revanche de 2005. Será mais uma partida de futebol e vamos pensar apenas em jogar bola e ganhar do Corinthians", afirmou o capitão Fernandão. Do lado corintiano, a recomendação era a de apagar a euforia após a vitória por 1 a 0 diante do líder São Paulo, semana passada. "Já foi, serviu para termos 2, 3 dias de tranqüilidade, porém, temos de se preocupar com o Inter, um grande adversário", pregava do outro lado Betão, o capitão corintiano. Na zona de rebaixamento e ciente de que só uma vitória serviria, Nelsinho Baptista ousou na escalação, escalando dois centroavantes, Finazzi e Clodoaldo, desde o início e Aílton, meia de origem, na ala-esquerda. E o improvisado jogador foi o responsável pela criação das melhores jogadas nos 45 minutos iniciais. Com passes precisos e dribles rápidos, só lamentou a falta de pontaria dos atacantes. Finazzi perdeu um gol feito, ao tentar driblar Clemer e adiantar muito a bola. Do lado gaúcho, com esquema mais precavido, e Fernandão no ataque - dissera que iria escalá-lo no meio-campo -, foram 45 minutos só de cruzamentos sem destino e um único, e torto, chute na fase inicial. "Temos de fazer os gols, a equipe está criando, mas...", lamentou Clodoaldo. O grandalhão, aposta de Nelsinho, ganhou um voto de confiança de Carlos Alberto no intervalo. "Ele vai marcar no segundo tempo", afirmou o volante. Equivocou-se. O Inter voltou melhor e abriu o placar, com o ex-corintiano Magrão, que comemorou, como havia prometido, mas timidamente. "O Corinthians não cai", disse o volante, que viu Finazzi, de cabeça, salvar o Corinthians de derrota.

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