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A grande festa da globalização

O futebol movimenta hoje quase 1% do PIB mundial, graças à paixão popular e à sua importância com o produto de exibição

Por Amir Somoggi
Atualização:

A cada ano o futebol consolida-se como o principal esporte do planeta, graças à paixão de bilhões de torcedores de diferentes países pelos jogos de seus clubes e de suas seleções nacionais, e também pela transformação dos jogadores em verdadeiros ícones do futebol globalizado.O futebol movimenta atualmente cerca de 1% da economia mundial. Essa profunda geração de recursos está diretamente relacionada à prática do futebol como esporte de participação e também por sua importância como produto de exibição.A Fifa pode ser considerada a maior responsável por esse processo de fortalecimento, já que conta com 208 países membros e tem grande interesse em desenvolver o esporte em todos os continentes. Isso fica ainda mais claro analisando seu slogan - "For the Game, For the World"" -, provando que a lógica da entidade é fortalecer o futebol em todo o planeta. Esse desenvolvimento passa pelo ambicioso plano de investimentos da Fifa. Entre 2007 e 2014 nada menos que US$ 6,5 bilhões terão sido investidos em seus eventos, projetos de desenvolvimento, governança, exploração de direitos e custos administrativos. Em 2009 a Fifa pela primeira vez apresentou receita total superior a US$ 1 bilhão, evolução de 84% em comparação aos US$ 575 milhões de 2003.As principais receitas estão relacionadas aos direitos de transmissão e recursos de marketing, que englobam os diferentes parceiros da entidade. A Copa é sem dúvida o principal produto e a parte mais representativa do faturamento da Fifa.A paixão que o futebol desperta resultou em maiores ganhos com os direitos de TV e patrocinadores. As últimas duas edições do Mundial, em 2002 e 2006, apresentaram audiências televisivas acumuladas em todas as partes do planeta de 29 bilhões e 26 bilhões de telespectadores, respectivamente. Assim, fica claro que o evento tem uma dimensão midiática e são os torcedores em suas casas, em bares ou locais públicos os maiores responsáveis pelo fortalecimento da Copa globalmente.E esse é um dos principais motivos que leva os países a disputarem o direito de receber o evento, já que a exposição global repercute positivamente em diversos fatores, especialmente pelos benefícios econômicos obtidos.Os valores anuais gerados pela Fifa com as receitas relacionadas ao Mundial se ampliaram profundamente. No período de 2003 a 2006 os direitos de TV da Copa geravam valor médio por ano de cerca de US$ 325 milhões, montante que registrou incremento significativo de 74% para o período de 2007 a 2009. O mesmo ocorreu com os recursos de marketing do Mundial, que produziram valor anual médio de US$ 140 milhões entre 2003 e 2006 e cresceram no mesmo patamar de 74% nos últimos três anos. Isso é reflexo de uma disputa cada vez mais acirrada pelos direitos de transmissão, bem como do interesse de patrocinadores.Assim, as dúvidas sobre como será a organização da Copa de 2010, na África do Sul, na prática pouco afetarão os resultados da Fifa, pois suas principais receitas já estão garantidas por contratos de transmissão e patrocínio.O grande desafio da Fifa e do Comitê Organizador de 2010 será conseguir atrair o interesse local pelo evento e contar com a presença de um número grande de turistas estrangeiros. A repercussão em termos globais é certa, pela presença dos maiores ídolos do futebol, que disputarão confrontos históricos. Esses jogos farão as pessoas pararem na frente de seus televisores, computadores e celulares, garantindo a consolidação do Mundial como a maior celebração do futebol global.DIRETOR DA ÁREA ESPORTE TOTAL DA CROWE HORWATH RCS

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