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A grande final da Stock Car

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Por Reginaldo Leme
Atualização:

Amanhã nós vamos conhecer o campeão brasileiro da Stock Car em 2015. Pode ser um novo campeão, Marcos Gomes, que ainda não conquistou título, mas bateu na trave em 2008 (foi vice de Ricardo Maurício), ou Cacá Bueno ganhando pela sexta vez. Com um ou com outro, a Stock Car pode se orgulhar de uma final com um resultado justo. Por diferentes razões. Trata-se da disputa entre o melhor piloto da temporada, que foi Marcos Gomes (três vitórias, dois segundos e oito pódios no total, além de cinco pole) contra Cacá, que soma duas vitórias, dois segundos e quatro pódios, mas deixou de participar de uma etapa por ter sido suspenso pela CBA. Marcos é líder desde a metade da temporada e está 32 pontos à frente de Cacá. Com a contagem de pontos em dobro na corrida de amanhã, a vitória vale 48. Portanto, considerando-se que Cacá vença a prova, Marcos só precisaria de um 13.º lugar. Mesmo assim, a equipe Voxx prefere trabalhar com a necessidade de um 12.º, por conta de uma eventual mudança no resultado da penúltima corrida em Curitiba (há dois casos em julgamento), o que faria a diferença cair. A média de pontuação de Cacá nas rodadas duplas é 21 pontos, com um máximo de 27, que ele conseguiu duas vezes. Portanto, mesmo que ele tivesse participado de todas, a liderança continuaria sendo de Marquinhos, embora com uma vantagem mais apertada do que os atuais 32 pontos. Também na pontuação média, a temporada de Gomes foi melhor - média de 27, sendo que em duas etapas consecutivas ele chegou a marcar 34 pontos em cada rodada dupla. Isso deixa claro que a temporada dele foi melhor que a de Cacá. Mas no automobilismo os resultados dependem não apenas do piloto, mas de todos os componentes do carro, mais o trabalho da equipe no reabastecimento e troca de pneus. Tudo isso sem contar a tensão de uma corrida decisiva como esta, que é maior para um piloto que nunca conquistou o título. Marquinhos está vivendo esta situação de entrar na corrida decisiva como franco favorito pela primeira vez. Para Cacá, esta é apenas mais uma decisão, a nona dele na Stock Car. Nas outras oito, ele venceu cinco e perdeu três. Para Marquinhos, só existiu uma chance de título, em 2008, quando chegou à corrida final um ponto atrás de Ricardo Mauricio, mas o carro quebrou e um 13.º lugar garantiu o título a Ricardo. Outra curiosidade é que naquela época o engenheiro de Marquinhos era Andreas Mattheis, hoje trabalhando com Cacá. E o engenheiro de Ricardo Mauricio era William Lube, hoje com Marquinhos. Interlagos é a pista em que Gomes conquistou quatro de suas 11 vitórias na Stock. Mas é também a pista em que todos se sentem em casa. Cacá, o terceiro maior vencedor da Stock (33), já ganhou seis vezes em São Paulo.Brasileiro na Red Bull. A contratação do mineiro Sergio Sette Camara para disputar o campeonato europeu de F-3 do ano que vem pela Red Bull teve grande repercussão em Interlagos. Como novo integrante do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, ele assinou um contrato de cinco anos, e a ideia da marca é levá-lo até a Fórmula-1, onde ela conta com duas equipes. O convite partiu de Helmuth Marko, o chefe desse programa de jovens pilotos, depois de observar atentamente os resultados de Sergio no seu ano de estreia no automobilismo internacional, quando conquistou três pódios, incluindo o do Masters de Zandvoort. Helmuth Marko é um observador detalhista, que analisa cada piloto levando em conta o ritmo de corrida, atitude decisiva nas ultrapassagens, o potencial do carro e até a desenvoltura do piloto em entrevistas. No caso de Sette Camara, pesou muito o fato de ter enfrentado pilotos bem mais experientes. Foi nas mesmas condições que Marko tirou o holandês Max Verstappen também da F-3 levando-o diretamente para a Fórmula-1 com apenas 17 anos, a mesma idade atual do brasileiro. Este programa de pilotos da Red Bull já levou para a F-1 o tetracampeão Sebastian Vettel, os pilotos Daniel Ricciardo e Danill Kvyat, além da dupla da Toro Rosso, Max Verstappen e Carlos Sainz Junior.  

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