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À la Muricy, São Paulo vence: 2 a 0

Na estreia de Ricardo Gomes, equipe cria mais chances, mas só bate o Náutico em jogadas de bola parada

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Por Giuliander Carpes
Atualização:

Depois de um primeiro semestre conturbado, duas eliminações e a saída do vitorioso Muricy Ramalho, o São Paulo voltou a vencer, agora sob o comando de Ricardo Gomes. Com a participação decisiva do novo técnico, mas com gols em jogadas de bola parada como gostava o antecessor, os paulistas bateram o Náutico por 2 a 0, gols de Jean Rolt e Hernanes. O treinador estreante colocou em campo o time do único coletivo da semana. Eduardo Costa foi escalado como um cão de guarda à frente da defesa, enquanto Richarlyson e Hernanes - com moral, recebeu a braçadeira de capitão - funcionavam como meias. Marlos era o que Zagallo convencionou chamar de número 1, flutuando na intermediária ofensiva. Embora abrisse espaços aos visitantes para o contragolpe, a articulação de jogadas ofensivas foi eficaz. O ataque são-paulino teve muito mais oportunidades do que vinha ocorrendo nas últimas partidas. Borges finalizou três vezes ao gol de Eduardo - uma delas bateu na trave. Já Washington acumulou quatro chances, uma delas claríssima, mas não conseguiu transformar em gol. "Tivemos de ter muita paciência. Tem dias que a bola parece não querer entrar", disse Borges. Logo no primeiro minuto da segunda etapa, a paciência colheu resultado. Hernanes cobrou falta no lado direito da intermediária e o zagueiro Jean Rolt mergulhou para marcar de cabeça - seu primeiro gol no clube. E o São Paulo, que há tempos não fazia um gol de bola parada, reencontrou o caminho numa das jogadas mais fortes dos tempos de Muricy. Depois de marcar o gol, o time se retraiu. Os pernambucanos permaneceram muito tempo com a bola e, aos 18 minutos, conseguiram chutar uma na trave, em cobrança de falta. Os corajosos torcedores que desafiaram o frio e a chuva para ir ao Morumbi começaram a ficar impacientes. Principalmente porque, ao contrário da primeira etapa, o São Paulo retomou uma postura apática, que parecia lembrar de eliminações na Libertadores e no Paulista. Gilmar até acertou outro chute na trave antes de Ricardo Gomes tomar alguma providência. Para tentar melhorar a criação de jogadas, o treinador fez uma alteração que agradou à torcida: trocou o lento e pouco participativo Washington pelo veloz garoto Oscar. Soaram vaias para o centroavante na saída de campo. Hugo também entrou no lugar de Marlos, que foi levado de maca para o vestiário depois de levar uma joelhada na cabeça. Jorge Wagner substituiu Richarlyson. As mudanças surtiram efeito e o São Paulo retomou o domínio do jogo. Aos 41 minutos, o golpe de misericórdia nos pernambucanos. De novo em cobrança de falta, Hernanes, o jogador de referência do time de Ricardo Gomes, chutou forte, a bola desviou em um zagueiro e entrou: 2 a 0. Não foi uma atuação de gala. Porém, o time fez o básico. Marcou, atacou. E, principalmente, ganhou. A torcida, que havia se acostumado a vaiar a equipe, agora aplaudiu. Foi só um jogo, mas já houve avanços. Resta esperar pela recuperação.

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