PUBLICIDADE

Publicidade

A ousadia alemã contra a cautela croata

Final do salto em altura opõe a arrojada Ariane à conservadora Blanka

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A agressividade de Ariane Friedrich e a cautela de Blanka Vlasic. A oposição comportamental de duas campeãs é a grande atração de uma das finais mais esperadas no Mundial de Berlim. Afinal, quem ficará com o título do salto em altura, uma das provas mais técnicas do atletismo? A croata Blanka Vlasic defende o ouro conquistado em Osaka/2007, mas precisa superar o trauma vivido na Olimpíada de Pequim, quando foi apontada como favorita e ficou com a prata. Ela perdeu para a belga Tia Hellebaut, que nem para a Alemanha viajou. Adepta a um método conservador, que beira à insegurança, Blanka não esconde que prefere saltar inúmeras vezes, galgando altura, para chegar à vitória. Na etapa de qualificação, terça-feira, precisou de quatro tentativas para alcançar a marca de 1,95 m. Ariane, por sua vez, parte para a intimidação: salta pouquíssimas vezes e prefere pôr o sarrafo já em altura elevada. Joga toda a pressão para as adversárias. Para chegar à final de hoje, que começa às 14h10 (de Brasília), a alemã precisou de apenas um certeiro salto de 1,95 m. Ela, por sinal, é dona da melhor marca do ano (2,06 m), conquistada na etapa inicial da Golden League, no mesmo Estádio Olímpico de Berlim. Blanka foi a vice-campeã dessa prova. Naquela noite de junho, diante de mais de 63 mil pessoas, a alemã elevou o sarrafo a 2,09 m depois de ter passado, na primeira tentativa, por 2,06 m. Claramente, fazia um desafio a sua adversária, que não tinha conseguido alcançar a marca anterior. Ariane queria atingir o recorde mundial estabelecido pela búlgara Stefka Kostadinova, em 1987. Blanka aceitou a provocação, mas errou seus saltos. Ariane também falhou, porém não esmoreceu. "Quero atingir essa marca aqui, em dois meses", prometeu a atleta alemã, à época. Na aguardada final de hoje, o favoritismo fica, sem dúvida, para o time que joga em casa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.