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Aachen é desafio para cavaleiro

Bernardo Rezende Alves sabe que seu futuro no esporte vai depender dos bons resultados nas competições européias, portanto, quer sair vencedor do torneio alemão.

Por Agencia Estado
Atualização:

Bernardo Rezende Alves, de 26 anos, confirma, a cada dia, a certeza de que seu futuro no hipismo necessariamente passa pela Europa. Quem quiser estar entre os melhores do mundo tem de participar do circuito europeu. "Em um concurso como esse, por exemplo, o número de cavaleiros de qualidade reunidos é incrível, maior que na Olimpíada, quando só podem participar determinados números de conjuntos por países", disse, nesta terça-feira, Bernardo, citando o Concurso de Saltos Internacional de Aachen, que segue até domingo, no Estádio Hípico desta cidade alemã, que fica no coração da Europa, tem 2000 anos e 250 mil habitantes. O concurso, que tem 103 anos, é considerado o mais tradicional do mundo e vai distribuir US$ 850 mil em premiação. Bernardo desembarcou na Europa - está vivendo em Ligny, no haras de Rodrigo e Neco Pessoa - perto de Bruxelas, na Bélgica, no dia 8 de maio. E nesse pouco mais de um mês já percebeu a diferença do nível entre as provas do Brasil e da Europa. "Todo obstáculos aqui tem 10 a 15 centímetros a mais de altura e 10 a 20 de largura, o que é uma diferença enorme para os cavalos." O cavaleiro já saltou em Fontainebleau, França, onde foi 4.º, em Monique, na Alemanha, quando obteve a terceira posição, e em St-Gallen, na Suíça, um concurso dificílimo, no nível de Aachen, quando fez uma única falta. "É tudo o que eu quero", afirma, sobre a rotina de montar o dia todo - até as 20 horas, durante a semana, porque nessa época do ano escurece tarde na Europa - e nos concursos, nos fins de semana. Sua preocupação agora é "firmar o conjunto com Oberon", um cavalo sela-belga, de 10 anos, da família brasileira Ianoni, que é preparado em Ligny e Rodrigo Pessoa, por ter outros animais disponíveis, não conseguia montar regularmente em concursos. Apadrinhado pelo empresário Jorge Gerdau Johanpeter, proprietário do Haras Joter, pai do cavaleiro André Johanpetter, o mineiro Bernardo, de 1,83 m e 76 quilos, considera que está tendo a oportunidade de sua vida. Fica na Europa até agosto e quer voltar o ano que vem para uma temporada mais longa, pensando em classificar-se para o Mundial de Jerez de La Fronteira, Espanha, no ano que vem, com a equipe brasileira de hipismo. Bernardo deixou, nesta terça-feira, a pista do Estádio Hípico de Aachen, que tem 40 mil lugares, no primeiro dia de competições, comemorando o sexto lugar na prova principal e o fato de Oberon ter completado a prova sem falta. "É a nona pista que eu faço com ele e em sete percursos ele zerou." Seu objetivo é obter uma vaga entre os 40 conjuntos que disputam o Grande Prêmio (GP), domingo. Nesta terça-feira, 60 conjuntos participaram da prova classificatória para o GP, com obstáculos a até 1,50 m de altura. A bandeira brasileira ficou no alto do mastro duas vezes. Bernardo Rezende Alves, com Oberon, passou em segundo no percurso armado na pista de grama, sem faltas, em 76s92. Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, entrou na pista em 34º, com Audi Aspen, fez uma falta e saiu da disputa. Rodrigo Pessoa, que montou Audi Lianos, mostrou que o cavalo está em excelente forma. Passou na 39ª posição, sem faltas, em 73s99. Rodrigo estava com a vitória nas mãos até a passagem do austríaco Hugo Simon que, sem faltas, diminuiu o tempo em 75 centésimos de segundos (em 73s24). O austríaco venceu a prova, com Rodrigo em segundo e Bernardo em sexto lugar. Doda foi o sexto colocado, com Oliver Método, em uma prova mais fraca (1,45 m). Nesta quarta-feira, a principal prova do programa é o Grande Prêmio da Europa, com obstáculos a 1,50 m, novamente classificatório para o GP de domingo. A Copa das Nações, quando os três conjuntos representam o Brasil em uma prova que terá oito países, será na sexta-feira.

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