Acusações de doping preocupam o Comitê olímpico alemão

30 atletas estariam sob suspeita de praticar doping sanguíneo num laboratório de Viena; 2/3 seriam alemães

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Por Redação
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O secretário-geral da Federação Alemã de Esportes Olímpicos (Dosb), Michael Vesper, chamou de "preocupantes" as informações de que cerca de 30 atletas estariam sob suspeita de praticar doping sanguíneo num laboratório de Viena. Entretanto, Vesper disse que ainda é necessário confirmar a veracidade destas informações, que são da emissora de televisão alemã "ARD". A preocupação do secretário-geral é compreensível, já que dois terços dos esportistas envolvidos seriam da Alemanha. O especialista antidoping Wilhelm Schanzer comparou o caso do laboratório austríaco com o escândalo envolvendo o médico espanhol Eufemiano Fuentes. Fuentes é o principal acusado do esquema de doping desarticulado na "Operação Puerto", que assolou o ciclismo profissional há dois anos. O médico também está ligado a uma suspeita de prática de doping em clubes de futebol espanhóis, como Barcelona e Real Madrid, algo que foi levantado pelo jornal francês Le Monde no final de 2006. No último dia 10, um tribunal de primeira instância de Barcelona condenou o Le Monde e o jornalista Stéphane Mandard a indenizarem o Barça em 300 mil euros por vincularem o clube catalão a tais práticas. O laboratório de Viena teria chamado a atenção das autoridades austríacas depois de o ex-presidente da Agência Mundial Antidoping Richard Pound ter escrito uma carta assegurando que havia "boas razões" para pensar que o doping sanguíneo seria praticado no local. A carta de Pound teria sido uma reação a um artigo publicado no jornal alemão Die Zeit em novembro de 2007, que citava declarações do juiz austríaco Arnold Riebenbauer. Durante uma investigação sobre doping na equipe austríaca dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim (Itália), Riebenbauer encontrou indícios que o levavam a "um laboratório de Viena". Entre os suspeitos há ciclistas - incluindo o dinamarquês Michael Rasmussen, acusado de doping no Tour de France -, atletas e esportistas de inverno, como esquiadores de fundo e biatletas. À lista de ciclistas também pertenceriam o holandês Michael Boorgerd, o austríaco Georg Totschnig e o russo Denis Menchov, bicampeão da Volta da Espanha. Totschnig rejeitou as acusações e defendeu sua inocência. A "ARD" aponta que entre os atletas de inverno há alguns que pertencem à elite mundial, mas não os identificou.

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