Publicidade

Acusado de corrupção a favor do Rio-2016, Serguei Bubka é inocentado pela IAAF

Ex-atleta ucraniano é atualmente um dos vice-presidentes do órgão que controla a modalidade do salto com vara

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O ex-atleta ucraniano Serguei Bubka, que fez história no salto com vara em sua gloriosa carreira, foi oficialmente inocentado de culpa nesta quarta-feira pela Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) de envolvimento em um escândalo de corrupção que estourou no ano passado. O ex-competidor é atualmente um dos vice-presidentes do órgão que controla a modalidade.

Em setembro de 2017, o jornal francês Le Monde publicou uma reportagem informando que o ex-recordista mundial do salto com vara e também membro do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) teria feito pelo menos um depósito de US$ 45 mil (cerca de R$ 180 Mil pela cotação atual) para a New Mills Investments Ltd., situada em um paraíso fiscal.

Serguei Bubka, ex-atleta ucraniano Foto: Reuters

PUBLICIDADE

O suposto pagamento teria sido usado no esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com a publicação francesa, Bubka realizou uma transferência de valores em 2009 para a New Mills Investments, uma companhia do então tesoureiro da IAAF, Valentin Balakhnichev, que depois seria banido do atletismo pelo resto da vida sob acusações de corrupção e chantagem.

A Unidade de Integridade de Atletismo, órgão fiscalizador da IAAF, afirmou que a investigação para apurar o envolvimento do ucraniano nesta sua suposta conduta irregular "concluiu, com base nas informações atualmente à disposição, que não existe, à primeira vista, um caso de violação às regras" da entidade.

Um dia antes deste suposto pagamento irregular de Bubka em 2009, a empresa de Balakhnichev, ex-presidente da Federação Russa de Atletismo, havia feito uma transferência idêntica de US$ 45 mil para a Pamodzi Sports, empresa de Papa Massata Diack, filho do ex-presidente do IAAF Lamine Diack, membro do COI e suspeito de ser um dos pivôs da compra de votos em favor do Rio de Janeiro.

A mesma companhia, Pamodzi Sports, recebeu um depósito da ordem de US$ 1,5 milhão (hoje cerca de R$ 6 milhões) de uma das empresas do brasileiro Arthur Soares, outro dos investigados pelo Ministério Público Federal do Brasil e pelo Ministério Público Financeiro da França. O mesmo empresário transferiu ainda outros US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2 milhões pela cotação atual) para uma conta situada na Rússia, também em favor de Papa Massata Diack.

Segundo documentos consultados pelo Le Monde, vínculos financeiros ligariam Serguei Bubka a Valentin Balakhnichev e a Papa Massata Diack. Outro dado investigado pelos magistrados são as datas das movimentações financeiras, realizadas em 17 e 18 de junho de 2009, que coincidem com a reunião dos membros do COI em Lausanne, na Suíça, durante a disputa pelos Jogos Olímpicos de 2016.

Publicidade

Na época, o Rio ainda enfrentava a concorrência de Chicago, nos Estados Unidos, Madri, na Espanha, e Tóquio, no Japão. Durante o evento, os comitês de candidaturas apresentaram os seus documentos técnicos e responderam a questões dos delegados do COI.

Ao jornal francês, o advogado de Bubka, Louis Charalambous, afirmou no ano passado que o seu cliente "não teve nenhuma relação financeira com Diack" e que o ex-astro do esporte, hexacampeão do mundo do salto com vara, "não teve nenhum vínculo com as cidades candidatas" aos Jogos de 2016.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.