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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Adeus às zebras

Por Antero Greco
Atualização:

Zebras no futebol são bem-vindas, pois quebram a rotina e invertem a lógica. Causam surpresas, abalam convicções e provocam polêmicas. Enfim, agitam. Mas, no caso do Paulistão de 2015, não tiveram voz. Ponte, Red Bull, Botafogo e XV de Piracicaba não passaram de sparring para Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos. O quarteto mais forte do Estado permanece na corrida pelo título, no torneio mais óbvio dos últimos anos.A turma poderosa segue em frente com méritos, mesmo com alguns deslizes, como na abertura, no sábado à tarde. O Corinthians sustenta a melhor campanha geral, tem equilíbrio e eficiência como marcas registradas, mas recebeu ajuda adicional da arbitragem, que anulou gol legítimo da Ponte no sábado à tarde. Caso clássico de erro que interferiu no resultado, porque o placar final apontou apenas 1 a 0. O São Paulo não teve muito abalo para despachar o combativo Red Bull, no embalo do sábado à noite. Levou sobressaltos no início, mas desmontou o adversário com gols de Rogério Ceni, Pato e Ganso. O grupo correu como um bocado, como não fazia nos derradeiros dias da passagem de Muricy Ramalho no comando. O interino Milton Cruz baixou a poeira no Morumbi.O Palmeiras por pouco não pagou a conta da inoportuna parceira de última hora entre FPF e Crefisa, por acaso também sua patrocinadora. A arbitragem do duelo com o Botafogo, ontem pela manhã, no Parque, foi tão zelosa para mostrar-se neutra que esteve a ponto de prejudicar de maneira irreversível o destino do time da casa. O vacilo ocorreu em dois lances: ao não dar pênalti sobre Dudu e ao ignorar impedimento em lance perigoso do Bota. O Palmeiras venceu com gol de Leandro, em jogada que contou com participação importante de Valdivia, na construção, e de Lucas no cruzamento. Resultado correto, já que os palestrinos tomaram a iniciativa do princípio ao fim. Oportuna a entrada do chileno, que melhorou o ritmo do time dele.O Santos não deu bola para o XV à tarde, na Vila. Teve, até, certa displicência, tamanha disparidade de qualidade entre ambos. O placar de 3 a 0, construído com dois pênaltis (bem anotados), veio com naturalidade. Robinho e Ricardo Oliveira cravaram as cobranças e Lucas Limas fechou. Nítida a opção santista de pegar leve. Não era necessário exagerar, sobretudo porque na semana tem jogo classificatório pela Copa do Brasil, com o Londrina, em casa.Calendário. Eis aspecto que pode ter alguma influência nos dois clássicos das semifinais - também em confronto único, só de ida, como previsto no estranho regulamento do Paulistão de tantas rodadas inúteis. Três concorrentes contam com programação intensa - em partidas decisivas. O Palmeiras folga, tem tempo livre para descansar, treinar, testar alternativas. Isso significa vantagem para Oswaldo de Oliveira e rapazes? Na teoria, sim. Na prática, evidentemente, a história pode ser outra, pois toparão com um Corinthians embalado e com retrospecto formidável no Itaquerão, de apenas uma derrota.Mas é bom levar em consideração que os corintianos enfrentam o San Lorenzo na quinta-feira, na rodada em que devem consolidar vaga para as oitavas de final da Libertadores. A trupe de Tite sobra no grupo, atuará como mandante e só por catástrofe ficará pelo meio do caminho. Mas terá de dividir-se entre esses compromissos, o que significa desgaste extra. A não ser que o técnico resolve recorrer aos reservas. O trabalho de Oswaldo será o de encontrar substituto para Zé Roberto, contundido, e opções para os suspensos. O Santos topa com dilema semelhante ao do Corinthians: é melhor do que o Londrina e joga por empate. Mas vai de titulares ou mistão? Dá prioridade à Copa ou ao Estadual? Saída que não cabe ao São Paulo. A parada com o Danubio, no Uruguai, é de vida ou morte, com o perdão do lugar-comum. A vitória pode deixá-lo a um passo da classificação. Força máxima em campo. E, no fim de semana, seja o que Deus quiser.

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