PUBLICIDADE

Publicidade

Advogado quer que Fina reveja suspensão de Rebeca Gusmão

Breno Tannuri baseará pedido no resultado inconclusivo da análise da amostra B de urina, a contraprova

Por Heleni Felippe
Atualização:

O caso de doping de Rebeca Gusmão é assunto que ainda vai se arrastar por 2008, mas o advogado da nadadora, Breno Tannuri, poderá encaminhar à Federação Internacional de Natação (Fina), antes da virada do ano, pedido para que a suspensão provisória que pesa sobre a atleta seja cassada. Ela está suspensa desde o dia 5 de novembro, depois que a amostra A da urina coletada no dia 13 de julho, na véspera do início da natação no Jogos Pan-Americanos do Rio, teve resultado positivo para a substância proibida testosterona.   O advogado vai basear o pedido no resultado inconclusivo da análise da amostra B de urina, a contraprova, realizada no Laboratório Armand Frappier, em Montreal, no Canadá, na última semana. "Estou enviando à Fina documento em que explico que até agora o exame não é conclusivo. Assim, a suspensão deve ser cassada", argumentou Breno Tannuri.   O médico cubano José Blanco Herrera, que acompanhou a abertura da contraprova no Canadá como representante de Rebeca Gusmão, dará uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, em Brasília, para mostrar o laudo que trouxe do Armand Frappier. Ele voltou ao Brasil no domingo à noite e já adiantou que, após quatro dias de espera em Montreal, o laboratório informou que "parece haver testosterona exógena na urina da nadadora, mas o resultado é inconclusivo e será revisado."   O advogado estranhou a informação do laboratório canadense, segundo a qual o volume de urina não era suficiente para ter certeza do resultado. "É estranho eles (o laboratório) dizerem que parece haver testosterona exógena (de fora do organismo) acima do normal e, no mesmo laudo, acrescentarem que não havia urina suficiente para constatar se a testosterona é realmente exógena (pelo exame IRMS)", afirmou Breno Tannuri. "Estou informando tudo isso à Fina."   Breno Tannuri acha que o caso tomou "proporções grandes demais" e está confuso. "A Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) fala que havia dois DNAs, mas o delegado (Marcos Cipriano, que investigou o caso no Rio) não encontrou culpados, diz que não havia provas. A Odepa cassa as medalhas mesmo assim. E sem ouvir a Rebeca. Agora, o resultado da contraprova é inconclusivo", disse o advogado da nadadora.   Histórico   Rebeca Gusmão está envolvida em três casos, nenhum solucionado até agora. O primeiro se refere a antidoping positivo para testosterona em exame feito em 2006, que a Fina mandou para a Corte Arbitral de Esportes (CAS) e deve ser julgado em janeiro, na Suíça. A defesa da nadadora alega que a amostra de urina coletada estava contaminada por bactéria.   O segundo caso é o que está em análise pelo laboratório canadense, sem resultado conclusivo na contraprova, que também pode parar na CAS. E o terceiro diz respeito aos DNAs diferentes encontrados nas amostras de urina dos exames feitos por Rebeca durante o Pan do Rio, nos dias 12 e 18 de julho. Segundo avaliação do Laboratório Sonda, as amostras não eram da mesma pessoa.   Com base no caso de DNAs diferentes nos exames antidoping de Rebeca, a Odepa determinou a devolução das medalhas conquistadas por ela no Pan do Rio - foi ouro nos 50 e nos 100 metros livre, além de prata no revezamento 4x100 metros livre e bronze no revezamento 4x100 metros medley.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.