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África do Sul faz festa e protesto para Semenya

Fãs apoiam campeã dos 800 m no Mundial de Berlim, que volta para casa com feminilidade sob suspeita

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Por JOHANNESBURGO
Atualização:

A "primeira dama do esporte" da África do Sul finalmente voltou para casa. Ontem, ao desembarcar em Johannesburgo, a campeã mundial dos 800 metros em Berlim, Caster Semenya, encontrou milhares de fãs para recepcioná-la, muitos com cartazes com frases de apoio. Também reencontrou os pais, Jacob e Dorcus. A fundista de 18 anos teve a feminilidade colocada sob suspeita pela Federação Internacional de Atletismo e, ao chegar, se limitou a dizer: "Oi, pessoal!", mas viu políticos e dirigentes esportivos atacarem a IAAF, a imprensa, o Primeiro Mundo. "Não vamos deixar os europeus definirem nossas crianças", bradou Leonard Cheue, presidente da Federação Sul-Africana de Atletismo. Winnie Mandela, ex-mulher de Nelson Mandela, seguiu na mesma linha acusatória. "Ela é nossa garotinha. Já superamos inúmeros desafios na história deste país. Deixem-nos em paz." A investigação foi pedida pela IAAF pela melhora repentina dos tempos de Caster. Ela melhorou sua marca em 7s no Campeonato Africano Juvenil, em julho, e assumiu a liderança do ranking mundial adulto. O jornal inglês Daily Telegraph afirmou anteontem que o nível de testosterona (hormônio masculino) em seu sangue é 3 vezes maior do que o normal em mulher. Ainda não há resultado oficial. Semenya encontrou-se, em Pretória, com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que também saiu em sua defesa. "Uma coisa é saber se um atleta teve vantagem, de maneira desleal, em relação aos rivais", ponderou o político. "Outra coisa é colocar sob humilhação pública atleta honesta e competente."

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