Agressiva nas lutas, Edinanci se emociona ao falar de acidente

PUBLICIDADE

Por TATIANA RAMIL
Atualização:

De cabeça baixa e capuz como um pugilista, Edinanci Silva se dirigia às lutas com raiva. Ganhou todas elas por ippon, o nocaute do judô. Após levar a medalha de ouro no Pan do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, ela demonstrou emoção e dedicou a vitória aos parentes das vítimas do acidente da TAM, em São Paulo. "Quando soube do acidente, fiquei muito triste. Nós atletas vivemos praticamente dentro de avião e nossas famílias se colocam no lugar dessas famílias", disse Edinanci, chorando. "Fico feliz de ter feito essa homenagem a eles." O acidente no aeroporto de Congonhas aconteceu na terça-feira e foi o pior da história da aviação brasileira. Um avião da TAM não conseguiu frear na pista do aeroporto paulista e atingiu um prédio da própria companhia. A brasileira ganhou no Rio o bicampeonato pan-americano na categoria até 78 quilos. Edinanci conquistou a medalha de ouro no Pan de Santo Domingo, em 2003, e a de bronze no Pan de Winnipeg, em 1999. Sob gritos entusiasmados da torcida que quase lotou um dos pavilhões do Riocentro, Edinanci entrava no ginásio de agasalho e cabeça baixa. "Eu quis me isolar um pouco. Em alguns pontos a torcida ajuda, mas se você se deixar envolver, pode atrapalhar. Eu tinha que ficar concentrada no meu objetivo", explicou a paraibana de 30 anos. Na primeira luta, a brasileira derrotou a adversária em apenas 9 segundos, aplicando um golpe perfeito. A segunda durou 26 segundos e ela se classificou para a final contra a cubana Yurisel Laborde, atual campeã mundial. Edinanci estava em vantagem numa luta equilibrada quando aplicou um bonito golpe, imobilizou a rival e comemorou o ippon a 14 segundos do fim. "Fico feliz em fazer a final contra uma das judocas mais importantes do mundo. É uma atleta que não se pode descuidar, tem uma condição física muito boa", disse Edinanci. "Desde o começo do ano já tinha colocado o Pan como meu primeiro objetivo e o segundo é o Mundial", disse ela sobre a competição de setembro no Brasil. A brasileira ainda persegue uma medalha de ouro em Mundiais, já que tem dois bronzes (em 1997 e 2003). Neste ano, ela levou o título da Supercopa do Mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.