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Alex é garantia de arte

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Por Antero Greco
Atualização:

Santos e Coritiba travaram duelo pra lá de interessante ontem à tarde na Vila Belmiro. As duas equipes criaram oportunidades, mantiveram ritmo agradável e constante do início ao fim, mandaram bolas na trave, testaram reflexos dos goleiros. Não devem se aborrecer com o 2 a 2 final, placar adequado. A partida em si já teria valido a pena por esses detalhes. Como bônus, o público foi premiado com dois gols e outra exibição requintada de Alex, o craque que logo mais fará 36 anos e joga como menino.Elogiar Alex é redundância e chover no molhado. É descobrir a América. Soa repetitivo, porém justo e necessário. Ele consegue ser refinado ao fazer o essencial, sem espalhafato, sem ruído. Até pra bater na bola. Com a autoridade de especialista, comandou o Coxa, orientou em campo, combateu, deu passes e largou a marca da categoria inoxidável nas redes com chutes indefensáveis. Com Alex em ação, se tem a certeza de jogadas de arte. Alex está na linhagem dos boleiros que renovam, em cada rodada, o prazer de assistir a jogos de futebol. Integra uma espécie de conselho de anciãos a serem sempre ouvidos e seguidos. Como Zé Roberto, Danilo, Juninho Pernambucano e Seedorf, o mais legítimo dos holandeses brasileiros que desembarcaram aqui desde os tempos do Maurício de Nassau.Alex merece aplausos pela atuação na Baixada Santista. Exclamação, para parafrasear mestre Roberto Avallone. Outro que vale citação é Vanderlei. O goleiro do Coritiba pegou muito, tem parcela de responsabilidade na manutenção da invencibilidade do Coritiba, o único a não perder até agora na Série A. Quando o Santos se mostrou incisivo, sobretudo na metade do segundo tempo, ele apareceu como paredão.O Santos engatou reação no Brasileiro, com três vitórias em seguida, fora o empate de ontem. A largada foi ruim, desastrada. Enfim, pesou o baque provocado pela saída de Neymar e atrapalhou a busca por substituto para Muricy Ramalho. Após convites recusados por treinadores estrangeiros, o jovem Claudinei Oliveira bota as mangas de fora e revela qualidade. Não tem sob seu comando uma esquadra impecável ou brilhante. Mas o Santos de hoje não desperta calafrios no torcedor, como escrevi um tempo atrás. Os jovens entram com menos pressão, diminuiu a cobrança para decidirem como veteranos e, assim, se desenvolvem. Exemplo maior está em Neílton, desenvolto, abusado até e que tomou gosto pelos gols. Fez mais um ontem e rondou a área em diversos lances. É só não exagerar na louvação que pode ser promessa a vingar.Montillo também apresenta sinais do meia criativo do Cruzeiro. No segundo tempo, se soltou, armou e chutou a gol. Tudo o que se esperava dele quando foi contratado para preencher a laguna aberta pela transferência de Ganso. Fundamental nessa fase de ascensão do Santos, que tende a melhorar.Tricolor dividido. O São Paulo não v ai bem no campo e nos bastidores. Agora o contraste chega aos fãs. Após os últimos tropeços, torcedores comuns (existe essa categoria) não poupam ninguém de vaias - de jogadores ao técnico, até à diretoria. As organizadas, ao contrário, cobram garra dos atletas, pedem reforços e... poupam a cartolagem da santa ira. Algumas vão além, no surto de postura comedida: saboreiam churrasco oficial e criticam suposto incentivo da oposição para manifestações de reprovação contra a cúpula. Gol triste? Internacional e Flamengo fizeram jogo equilibrado em Caxias do Sul. A vitória gaúcha (1 a 0) veio em cima da hora, com gol de Juan. O zagueiro, ar compungido, não festejou a proeza, por respeito ao clube em que iniciou carreira. Foi além: bateu no peito e acenou para a torcida do Fla. Singelo. Mas e a alegria por ter dado a vitória a sua equipe atual? Precisava ser contida? Melhor sorriso, como prova de admiração e carinho, para ambos os lados, do que ar circunspecto, ainda mais para jogador correto como Juan.

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