14 de janeiro de 2018 | 07h00
No ano passado, as quatro instalações olímpicas administradas pela União arrecadaram R$ 1,3 milhão em contrapartidas. O montante não foi para os cofres públicos, sendo utilizado em benfeitorias ou para cobrir danos nas instalações. Já a prefeitura do Rio teve apenas gastos para manter as instalações que estão sob sua responsabilidade.
Parte do valor arrecadado pela Aglo foi utilizado na construção de uma quadra de areia, que segundo a autarquia “é totalmente adaptada para competições internacionais de esportes de areia”. O dinheiro também serviu para a instalação de guarda-corpos, instalações elétricas e hidráulicas da Arena 2, além da pintura do Velódromo.
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Outra parte das contrapartidas foi gasta para reformar o teto da arena dedicada ao ciclismo de pista, que teve um pedaço do teto incendiado duas vezes devido à queda de balões. O custo total chegou a R$ 260 mil.
A prefeitura do Rio administra a Arena Carioca 3, a Arena do Futuro e o Estádio Aquático. Apenas a primeira está em funcionamento, com atividades esportivas ou recreativas organizadas pelo município ou parceiros. Segundo a prefeitura, estão sendo finalizados os estudos para a desmontagem da Arena do Futuro e do Estádio Aquático. Os valores gastos com a Arena Carioca 3 são de R$ 500 mil com luz e R$ 160 mil com água por ano.
Além das arenas administradas pelos governos federal e da cidade do Rio, o Parque Olímpico tem outros três “síndicos”. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) administra o Parque Aquático Maria Lenk, construído para o Pan de 2007. O local é um CT do Time Brasil e ainda este ano se transformará na sede do COB. A Arena da Barra e a área do Parque Olímpico são administrados, separadamente, pela iniciativa privada.
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14 de janeiro de 2018 | 07h00
Quatro instalações do Parque Olímpico da Barra geridas pela União deverão custar cinco vezes mais do que no ano passado – mas, ainda assim, menos do que se previa gastar quando a prometida Parceria Público-Privada (PPP) para administrar o local fracassou. A estimativa da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) é de que sejam necessários R$ 35 milhões em 2018 para manter os locais em funcionamento.
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Criada no ano passado, a Aglo tem previsão de encerrar suas atividades no segundo semestre do próximo ano, mas, com os custos envolvidos na administração das arenas, já se cogita tornar a autarquia em algo permanente.
A entidade administra as Arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis. No ano passado, o governo federal estimou que essas instalações iriam consumir R$ 45 milhões dos cofres públicos, mas foram necessários “apenas” R$ 6,66 milhões. O valor se somou a R$ 1,3 milhão que veio em contrapartidas de entes privados que usaram as instalações olímpicas ao longo do ano.
Presidente da Aglo, Paulo Márcio Dias Mello explica a discrepância entre os valores previstos e os executados. “Quando foi construído o orçamento do Parque Olímpico não havia ainda a Aglo. A gente não vivenciava as necessidades, ele foi feito em cima de estimativas”, explica. “Tínhamos estimativas dos últimos 12 meses de conta de luz, água, o que incluiu o período olímpico. As contas eram muito maiores.”
Ele ressalta também que licitações previstas para o ano passado só agora começam a ser realizadas, como contratação de empresas para a manutenção predial, limpeza, segurança e brigadistas. Até então, o serviço era executado pela Prefeitura do Rio.
Mello considera que o primeiro ano da autarquia foi “maravilhoso”. “Eu ouvia dizer que isto aqui ia ser um elefante branco e não aconteceu isso”, afirma. “Tive em média aproximadamente 14 eventos por mês aqui no nosso legado olímpico, alguns de porte internacional.”
Criada em março do ano passado, a Aglo tem previsão de encerrar suas atividades em julho do próximo ano. Depois disso, a intenção é que as instalações olímpicas sob gestão da União passem para a iniciativa privada, um projeto previsto desde que o Rio foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos, em 2009, e que acabou não acontecendo por falta de interessados.
O ministério do Esporte planeja que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenhe um novo projeto de PPP para o Parque Olímpico. Para isso, o BNDES precisará contratar uma consultoria especializada no tema. Numa previsão otimista, o estudo estaria concluído apenas no segundo semestre.
O curioso é que, apesar de considerar que o ano da Aglo superou expectativas, Paulo Márcio Dias Mello admite que a gestão das arenas pode não interessar à iniciativa privada. “Isso envolve a situação econômica do momento, (o fato de) que estas arenas estão em meio ao Riocentro e outros locais de locação para esporte e entretenimento. Não sei se a iniciativa privada estaria disposta a correr o risco e investir nisso”, pondera.
Ele, contudo, apresenta uma alternativa. “Falando como presidente da Aglo e como cidadão: eu acredito muito, mas muito mesmo, que é possível fazer uma gestão deste Parque Olímpico, principalmente voltado para esportes de alto rendimento e projetos de inclusão social, através desta autarquia federal se tornando definitiva. Esta é uma opinião minha.”
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