Americano realiza sonho olímpico no basquete do Brasil

Processo de naturalização de Larry Taylor chega a termo e armador é convocado por Magnano

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Por Alessandro Lucchetti
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ESTRASBURGO - Um dos motivos que autorizam os torcedores mais otimistas do basquete a sonhar com uma medalha nos Jogos Olímpicos de Londres é a presença, no banco, de um armador capaz de não deixar o nível da equipe cair quando Marcelinho Huertas, maestro da seleção e do Barcelona, senta no banco para os seus merecidos minutinhos de descanso.Quando o longo processo de naturalização do norte-americano Larry Taylor enfim chegou a termo, ele foi imediatamente convocado por Rubén Magnano para se integrar à seleção brasileira. Depois de testar alguns nomes, o argentino deve ter chegado a uma dura conclusão: não há dois armadores nascidos em solo brasileiro com suficiente capacidade para organizar o jogo da seleção. O jovem Raulzinho está sendo preparado para ser também alternativa efetiva, mas ainda está verde.A convocação de Taylor foi contestada por alguns críticos mais nacionalistas, até mesmo na imprensa. O sorridente dono da camisa 7 amarela respeita esse posicionamento, mas faz questão de esclarecer que não é um oportunista, mas um jogador que se importa com o Brasil."Amo o país, para mim significa muito ser brasileiro e defender o Brasil. Não cheguei ontem ao país. Mas não vou falar nada para quem criticou minha convocação. Meu negócio é jogar", declara.Taylor se sente confortável também para jogar como ala-armador, ao lado de Huertas, que Magnano define como "um armador ''abridor'', comandante". A má fase de Leandrinho talvez resulte em mais tempo de jogo para o reforço que veio de longe. E ele abre um sorriso tão largo como suas passadas em contra-ataque, ao comentar sobre o friozinho na barriga que sente quando percebe que a fase preparatória de amistosos está chegando ao final, e a entrada na Vila Olímpica se avizinha. Neste domingo, o Brasil ainda enfrenta a Austrália. Na próxima semana, em data a ser acertada, o adversário será a Tunísia. E o dia 29, um domingo, é o grande dia: estreia, novamente contra os australianos, na arena de basquete londrina. "Nem cogitava mais na minha vida poder realizar esse sonho de participar da Olimpíada. Estão acontecendo tantas coisas que nem acredito. Mas me sinto bem. A oportunidade está aqui". O homem nascido na terra das oportunidades torce para que elas não se encerrem antes de que tenha a chance de participar dos Jogos de 2016, no Rio. Há uma pressão exercida pelas franquias da NBA para que o torneio olímpico de basquete se assemelhe ao do futebol, ou seja: pretendem fazer dele um torneio sub-23. "Seria uma pena se fizessem isso. Acho que nenhum de nós aqui tem menos de 23 anos. Não estaria aqui falando com você agora", constata.

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