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Ana Marcela Cunha mostra força na maratona aquática e brilha no Mundial

Atleta deixa competição com duas medalhas de ouro e a vaga confirmada para os Jogos Olímpicos de Tóquio

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Por Paulo Favero
Atualização:

A segunda medalha de ouro na maratona aquática, agora na prova de 25 km, mostrou a força de Ana Marcela Cunha. Em seis dias, ela nadou 41,25 km, muitos deles em condições desfavoráveis, com chuva e ondas, mas subiu duas vezes ao pódio e garantiu sua vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio (2020) com o quinto lugar nos 10 km.

“Ela ficou bastante chateada com essa quinta colocação. Sabia que tinha treinado muito e esperava ir melhor. Mas não esmoreceu. A prova dos 5 km era a mais difícil, e ela encarou até com mais raiva e conseguiu ganhar. Nos 25 km, a gente sabia que estava favorável”, contou ao Estado George Cunha, pai da nadadora brasileira.

Ana Marcela Cunha, da maratona aquática Foto: Satiro Sodre/rededoesporte.gov.br

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Ele e sua mulher Patricia ajudam a filha na carreira há anos. O pai foi um nadador “medíocre”, segundo ele próprio brinca, e a mãe fazia ginástica rítmica. Ambos se formaram em educação física e foi inevitável que Ana Marcela fosse parar no esporte. Desde cedo ela já mostrava vontade e talento na água.

O preparo físico da atleta de 27 anos é moldado a cada braçada que ela dá nos duros treinos. Em média, nada entre 70 e 90 km por semana, divididos em 11 sessões. “Essa foi a melhor preparação dela. Foi muito bem executada”, explicou George, que ficou acordado de madrugada para ver a filha competir.

Na maratona aquática, as condições da água são desafiadoras para as atletas. Pode ser muito fria ou muito quente, pode ter ventos, ondas, sem contar que é um local com presença grande de animais marinhos. “Ela não se assusta com os peixes, não tem preocupação nenhuma. É o hábitat em que ela se sente bem e isso ajuda a suportar a prova.”

Há mais de cinco anos Ana Marcela faz um trabalho emocional com Carla Di Pierro, especialista em psicologia do esporte. Não é à toa que a nadadora é considerada uma fortaleza nas disputas. Ela tem foco. Só pensa na prova. “A gente não vislumbra limites para Ana Marcela. Ela é determinada”, diz o pai.

Uma parte fundamental na disputa é a alimentação durante a prova. George explica que Ana Marcela deve ter se alimentado oito vezes enquanto nadou os 25 km, uma vez a cada 3 km. “Sempre tem carboidrato líquido. O médico da confederação introduziu uma novidade para ela: pêssego. Em dado momento da prova, percebi que ela estava mastigando alguma coisa sólida. Acho que era pêssego em caldas com outras coisas.”

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Para uma atleta de ponta, a alimentação é primordial. Por isso, ela não utiliza substâncias manipuladas em laboratório e costuma trancar seus suplementos para que ninguém tenha acesso. “Nos últimos 26 dias, ela foi testada cinco vezes”, disse George, que não vê a hora de receber a filha no domingo, quando ela volta ao Brasil.

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