14 de setembro de 2012 | 10h13
Antes desse provável terremoto no futebol brasileiro, cabe lembrar que o Palmeiras continua refém de sua guerra intestina pelo poder. Os "Corleones" do Palestra Itália não se unem nem mesmo no momento difícil que o time atravessa no Campeonato Brasileiro. A preocupação não é com o iminente rebaixamento à Serie B e sim com a eleição ao próximo biênio.
Quem levar a presidência, no pleito previsto para janeiro de 2013, vai governar o clube na inauguração da Arena Palestra (em setembro do ano que vem), na disputa da Libertadores e no centenário do Palmeiras em 2014. Três eventos de muita grandeza e prestígio e que explicam, em parte, a queda de Luiz Felipe Scolari.
Boa parte da base de sustentação do presidente Arnaldo Tirone pedia há tempos a saída de Felipão. Facções da oposição também não queriam a permanência do treinador. Por isso Tirone, até então um defensor ferrenho do técnico, resolveu aceitar a demissão do chefe do time. De bem com os conselheiros amigos, Tirone pode agora pavimentar sua candidatura à reeleição, apesar das rajadas de metralhadoras que estão por vir.
Nos vestiários o clima também deve mudar. Alguns jogadores, quase a maioria, já não comungavam com as ideias de Felipão. Os famosos "chinelinhos", que o repórter do Estado, Daniel Batista, revelou, não suportavam mais os métodos do treinador. É bem provável que agora vão matar um leão por dia e correr à beça já neste domingo no clássico diante do Corinthians.
Felipão, um torcedor apaixonado pelo Palestra, deixa o clube no momento difícil do time no Brasileirão. É o terceiro técnico de ponta que não resiste à vocação do Palmeiras de ser um clube pequeno. Em pouco mais de três anos já foram demitidos Vanderlei Luxemburgo (2009) e Muricy Ramalho (2010).
O Palmeiras perde a grandeza e não consegue avançar além da Rua Turiaçu.
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