
19 de dezembro de 2015 | 07h00
O Brasil nunca tinha sido campeão mundial antes do Gabriel Medina, e isso era uma barreira muito grande. O Mineirinho sempre se esforçou, mas o surfista brasileiro era encarado como alguém que não tinha qualidade para ser campeão. Quando Mineirinho entrou no Circuito em 2006, ele era visto dessa maneira.
Era como se enxergassem qualidade nele, mas, mesmo com todo talento, não seria páreo para Kelly Slater, que conquistou quatro títulos desde que Mineirinho entrou na elite do surf. Já o Mick Fanning ganhou três.
No começo, Mineirinho construiu a imagem do brasileiro chato no Circuito. Era um cara que incomodava os outros, mas carregava o estigma do surfista brasileiro, que não aceitava muito bem os critérios subjetivos de pontuação.
O Mineirinho sempre soube que tinha capacidade para ser campeão mundial. Passou a ser exemplo para a nova geração de surfistas do País, um líder do que se chama hoje de Brazilian Storm. São garotos com um nível de surfe mais refinado, que passaram a colocar pressão em cima dos adversários.
Medina foi a gota que rompeu a represa ao conquistar o título mundial no ano passado. Mas não podemos nos esquecer que o Mineirinho foi muito importante para esse processo.
Contra Slater e Fanning no auge, ele vinha construindo esse título há vários anos. É um cara que lutou desde que subiu na prancha pela primeira vez até ser coroado no Havaí. Valeu o esforço, valeu a torcida. É um excelente competidor e sintetiza a garra do povo brasileiro.
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