Andar de táxi, um drama em Atenas

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Por Agencia Estado
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Os turistas e o público dos Jogos Olímpicos se dizem satisfeitos com o que vêm encontrando em Atenas. Os voluntários da Olimpíada costumam ser bastante úteis, prestar bons serviços, dar informações com extrema boa vontade e nunca fazer cara feia. Os restaurantes, em boa parte, ficam abertos até tarde. Pode-se jantar a qualquer hora. A segurança não apresentou problemas, apesar de alguns descuidos, como na cerimônia de abertura, em que várias pessoas sem ingresso conseguiram entrar no Estádio Olímpico. E o transporte agrada. Só há, até agora, um alvo das críticas: os taxistas. Aproveitando a grande presença de estrangeiros, os motoristas, em quantidade considerável, abusam de artifícios para tirar um dinheiro a mais dos turistas e não se preocupam em ajudar quando acordam de mau humor, o que parece ser rotineiro - há as exceções entre os profissionais, é claro. Há uma semana, duas amigas da Califórnia se aproximaram do Estádio Olímpico desoladas. As americanas tentavam ver uma apresentação da ginástica. O taxista as deixou em local bem distante de onde ocorreria o evento, dizendo que bastaria dar uma caminhada para ver o ginásio. O maior problema é que a rua era isolada e, assim, elas não conseguiram pegar outro táxi ou um ônibus. Caminharam aproximadamente por uma hora e, quando chegaram perto do Estádio Olímpico, as ginastas já estavam se arrumando para ir embora. "Os problemas não ocorrem só agora por causa da Olimpíada, é normal esse tipo de coisa aqui", contou Angeliki Roussi, administradora de empresas. "Evito ao máximo tomar táxi. Taxímetro - Os preços não são altos para o padrão de vida do europeu. São gastos entre 5 e 7 euros para uma boa corrida de uns 15 minutos. Mas, em muitas vezes, a dor de cabeça é bem maior que o custo da viagem. Há motoristas que reclamam de tudo, principalmente quando não sabem direito chegar ao destino. Nos últimos dias, um brasileiro tentava ir à Casa Brasil, montada durante a Olimpíada, na região central da capital grega. Um motorista o deixou numa avenida distante e afirmou que não sabia chegar ao local. Em seguida, a pessoa pegou outro carro. E o condutor grego tomou a mesma atitude do anterior, só que usou desculpa diferente. Alegou que não sabia falar inglês. Desagradável, também, é perder vários minutos para encontrar um profissional a fim de trabalhar. Em diversas ocasiões, eles recusam o serviço por achar a distância curta demais ou o local complicado. "Os taxistas fazem algumas coisas inacreditáveis, embora haja os bons também", comentou a estudante Argyro Triantafilou. "Muitas vezes eles não aceitam levar o passageiro porque acham que vão ganhar pouco com uma corrida curta." O pior de tudo, no entanto, é quando resolvem usar o dedo mágico, que faz o taxímetro dar espetacular salto de 2 euros para 5 euros num piscar de olhos. Por isso, quem estiver planejando viagem a Atenas, é bom ficar atento com os taxistas: os transtornos podem ser grandes.

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