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Anoé, pronto para brilhar de novo na São Silvestre

Paranaense pouco badalado foi o melhor brasileiro (3.º lugar) em 2007

Por Brás Henrique e RIBEIRÃO PRETO
Atualização:

Se os adversários e até a imprensa se surpreenderam com o desempenho de Anoé dos Santos Dias, no ano passado, na São Silvestre, o atleta paranaense, que reside e treina em Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto, sabia de seu potencial. Foi o terceiro colocado da prova (e décimo em 2006), atrás de dois quenianos, e neste ano espera repetir a dose e ficar pelo menos entre os cinco melhores - e no pódio. Ele acredita que está "mais bem preparado", mas procura demonstrar cautela: "A São Silvestre é uma prova imprevisível", afirma Anoé, que acabou sendo beneficiado pela desistência de Franck Caldeira na prova de 2007. Pensando no sucesso na virada do ano, pelas ruas de São Paulo, Anoé, aos 28 anos, fez um trabalho de base, de força, nos últimos três meses. "Foi um trabalho de academia, com rampa, voltado para resistência, e até tiros de velocidade na pista da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto", explica ele. Seu treinador, Cláudio Ribeiro, há alguns anos treinou Maria Zeferina Rodrigues Baldaia, de Sertãozinho, vencedora da prova feminina da São Silvestre em 2001. Para não sofrer com o desgaste agora, ele fez uma pausa no meio da temporada e descansou a musculatura. Ex-lavrador, assim como Maria Zeferina, ele também treina resistência nos canaviais da região. E, se fizer calor na prova deste ano, acredita, melhor para ele. Anoé diz que Franck Caldeira, Giomar Pereira e João Ferreira de Lima são os outros brasileiros que podem vencer a prova, além dos quenianos. A delegação do País está desfalcada de Marilson Gomes dos Santos e a armada africana terá dois nomes fortes nesta edição: Evans Cheruiyot, campeão da Maratona de Chicago, e James Kipsang, vice em Berlim. Em 2007, Anoé ficou atrás apenas dos quenianos Robert Cheruiyot (tricampeão da corrida) e Patrick Ivuti. Neste ano, o atleta, nascido em Munhoz de Melo (PR), onde passou o Natal com familiares, terá mais a atenção dos rivais e da mídia. Afinal, não é mais um desconhecido. Mas uma vitória pode alçá-lo ainda mais no cenário nacional e internacional. O desempenho em 2007 lhe rendeu o patrocínio da Aratrop, uma empresa do segmento químico para o setor sucroalcooleiro, de Jardinópolis, que possibilitou sua participação em várias provas de ruas pelo País. Hoje ele é o segundo no ranking brasileiro de corridas de rua da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) - venceu a Meia-Maratona de Recife e foi terceiro na de São Paulo. INÍCIO TARDIO Anoé começou a correr em 2001, em Arapongas (PR). Ele trabalhava numa indústria de estofados, depois de ter sido lavrador. Em 2003, passou a ter dedicação exclusiva aos treinos, vencendo algumas provas. Mas com o trabalho no calor de Jardinópolis começou a ganhar projeção e apoio. É atrás do sucesso profissional que está correndo atualmente.

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