Aplausos e festa para o vôlei

Campeãs em Pequim desfilam em carro de Bombeiros e recebem o carinho do público nas ruas de São Paulo

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Por Amanda Romanelli
Atualização:

"Venham prestigiar a seleção feminina de vôlei, campeã olímpica em Pequim!" O carro de som que cruzou a cidade não poderia ter sido mais específico: seguia as 12 jogadoras e toda a comissão técnica da seleção, que desfilaram pelas principais ruas de São Paulo, ontem, depois da vitoriosa campanha nos Jogos Olímpicos da China. A cidade já havia presenciado outras duas carreatas nos últimos dias - na semana passada, o nadador César Cielo inaugurou a temporada de campeões olímpicos em desfile. Anteontem, foi a vez da saltadora Maurren Maggi. Mas, como a propaganda é a alma do negócio, só as meninas do vôlei conseguiram realmente mobilizar transeuntes e trabalhadores em pleno expediente na comemoração pelo título em Pequim. Resultado de uma bem montada estratégia de "divulgação" das campeãs. O carro de som que acompanhou o automóvel do Corpo de Bombeiros tocava música alta e o narrador conclamava: "Deixem o trabalho e dêem os parabéns para nossas campeãs." O nome de todas as jogadoras era dito em alto e bom som. Chovia papel picado sobre as atletas. Em todo o percurso - que começou na região da Avenida Tiradentes, zona norte, e só terminou no Aeroporto de Congonhas, do outro lado da cidade, rasgando o chamado "centro velho" (Praça da Sé, Rua Boavista, Viaduto do Chá) e a Avenida Paulista -, torcedores agitavam bandeirinhas do Brasil. Foram devidamente distribuídas por seguranças minutos antes da passagem da carreata da seleção. Recepção de luxo montada pela Confederação Brasileira de Vôlei, a mais rica entidade do esporte olímpico. O técnico José Roberto Guimarães era um dos mais emocionados, embora já conhecesse a comemoração de um título olímpico - venceu Barcelona-1992 com o time masculino. "Mas elas não têm noção do que está por vir", afirmou na entrevista coletiva concedida antes do desfile. Zé Roberto lembrou que as homenagens começaram quando todos ainda estavam no ar. "Dois caças da Força Aérea ficaram alinhados ao avião, acompanhando nossa chegada. Foi emocionante." Puxadas pelo técnico, as jogadoras exibiam suas medalhas. "Essa seleção foi chamada de ?amarelona? e, internamente, a gente ficava maluco com isso. Eu já vi meninas batendo o que podiam e a bola não caia." Ele deixou claro que a meta, agora, é a conquista do Mundial, a ser disputado em 2010, no Japão. Em 2006, a seleção perdeu a final para a Rússia. "Falta o mundial. Não pretendo voltar para os homens, não. Vou ficar fiel às mulheres", brincou o treinador, respondendo a especulações de que poderia voltar a comandar o time masculino, caso Bernardinho deixe o comando.

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