Após bronze olímpico, Hugo Calderano quer pódio no Mundial

Medalhista na Olimpíada da Juventude, carioca de 18 anos se despede da categoria juvenil e desponta como esperança para 2016

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Por Amanda Romanelli
Atualização:

Hugo é um nome que tem peso no tênis de mesa do Brasil. Foi assim com Hoyama, recordista de medalhas nos Jogos Pan-Americanos, e com Hanashiro, que participou da Olimpíada de Atenas, em 2004. Agora, é a vez de Hugo Calderano. O carioca de 18 anos é o primeiro medalhista olímpico da modalidade e espera, ainda este ano, chegar ao pódio mundial.

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Aos 18 anos, Hugo Calderano vai se despedindo de sua última temporada como juvenil. Antes mesmo de disputar o Mundial de Xangai, que começa em 30 de novembro, já sabe que 2014 é um ano inesquecível. Afinal, exibe com orgulho a medalha de bronze conquistada na Olimpíada da Juventude, em agosto, também na China – a competição, que foi disputada em Nanquim, reuniu atletas entre os 14 e 18 anos.

Ainda que esteja na transição entre a base e a carreira profissional, Calderano desponta como uma esperança para os Jogos do Rio, em 2016. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem investido no garoto, que participou do programa Vivência Olímpica, em 2012, quando várias promessas tiveram a chance de ir a Londres e conhecer o clima da competição. Em setembro, foi indicado para receber apoio financeiro extra, vindo do COI, por meio do programa Solidariedade Olímpica. 

Hugo Calderano conquistou a primeira medalha olímpica do tênis de mesa do Brasil Foto: Maurício de Souza/Estadão

Assim que deixou a China, Hugo voltou ao País apenas para arrumar as malas. Junto com outros três atletas brasileiros, mudou-se para a Alemanha, onde ficará por um ano defendendo o clube da cidade de Ochsenhausen.

Hugo é um esportista nato. Influenciado pela família – o pai é professor de educação física, o avô também atuou na área, e a mãe é entusiasta das modalidades esportivas –, sempre praticou alguma modalidade. 

Jogou vôlei, e chegou a disputar (e vencer) competições de atletismo, ainda que sem treinar especificamente para o esporte. Conheceu o tênis de mesa bem novinho.

“Meu pai me colocava na mesa com 3 anos e a gente brincava de pingue-pongue”, lembra. Com 8 anos, começou a participar da escolinha do Fluminense. Cinco anos depois, deixou o vôlei para se dedicar apenas às raquetes. E viu que, se quisesse ser atleta, teria de encarar uma importante mudança.

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“Com 14 anos, mudei para São Caetano do Sul. Fui com o meu avô, Antônio. Eu vi que, se quisesse ser um atleta de alto nível, teria que ir para o principal clube do Brasil. Então fiz essa escolha, optei em buscar um carreira profissional.”

Quem se lembra desse começo é o xará Hoyama, que sempre defendeu a vizinha São Bernardo do Campo. 

“Eu fico muito feliz em ver os resultados do Hugo. Acompanho a trajetória dele desde quando ele veio para São Paulo”, derrete-se o agora técnico da seleção feminina. “Ele é um garoto super esforçado, inteligente, e gosta muito do tênis de mesa. E a coincidência do nome é legal, né? Espero que ele possa fazer vingar ainda mais esse nome.”

Hugo ocupa, atualmente, sua melhor posição no ranking mundial adulto – 57.º lugar. Já chegou a liderar o ranking do circuito sub-18. Sua primeira sobre Hoyama veio quando ele tinha 15 anos. “Quando eu paro para pensar, vejo que melhorei bem rápido.”

Nas duas últimas edições do Mundial Juvenil, Hugo galgou posições. Em 2012, parou nas oitavas. Ano passado, caiu nas quartas. “Agora, tenho chance de brigar por medalha.” A partir do ano que vem, a disputa será com os adultos. E o primeiro desafio? Conseguir a vaga olímpica.

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