Recebido com festa em Salvador nesta segunda-feira, Acelino Popó Freitas mudou radicalmente seu discurso em relação aos últimos meses e já pensa em unificar o título dos leves, depois de conquistar o título pela Organização Mundial de Boxe (OMB), na madrugada de domingo, com a vitória por pontos sobre o norte-americano Zahir Raheem. "A minha idéia, agora, é ganhar o título do Conselho Mundial de Boxe", declarou. "Temos algumas boas alternativas de lutas em vista", afirmou Jeosafá Santos, amigo e sócio de Popó na Boxe Brasil, empresa que busca revelar jovens valores no boxe. No início do ano, Popó chegou a falar que pensava em se aposentar após mais algumas lutas. O objetivo do astro baiano é descansar e curtir a família nas próximas semanas. No dia 13, tem volta marcada para os Estados Unidos, onde promoverá a luta de dois boxeadores de seu grupo. Mas é possível que vá alguns dias antes para poder prestigiar o amigo Valdemir "Sertão" Pereira, detentor do cinturão dos penas pela Federação Internacional de Boxe (FIB). Ele defenderá o título, também no dia 13, diante do britânico Esham Pickering. Em seguida, planejará o retorno aos treinamentos. O Brasil vive momento único no boxe. Com Popó e Sertão, tem pela primeira vez dois campeões mundiais simultaneamente. Na manhã desta segunda, cerca de 200 pessoas esperavam Popó no Aeroporto de Salvador para tirar fotos com o ídolo ou, pelo menos, garantir um autógrafo, além de cumprimentá-lo pela conquista do título, em luta realizada na madrugada de domingo, nos Estados Unidos. O pugilista foi atencioso, mas se mostrava ansioso. Queria correr para a casa da mãe, dona Zuleica, e matar a saudade da feijoada, que ela preparou especialmente para o campeão e astro da família. "Fazia tempo que não comia feijoada", justificou Popó. O lutador baiano, de 30 anos, deixou o aeroporto e seguiu até o bairro Baixa de Quintas, onde vive sua família, em carro de bombeiro, acenando para o público que o ovacionava nas ruas da cidade. "Sabia que enfrentaria um adversário difícil, mas não tinha dúvida de que iria vencer", comemorou. Dois ônibus levaram vizinhos e familiares ao encontro do pugilista, que desembarcou acompanhado da mulher, Eliana, e do filho do casal, Acelino, de sete meses - Eliana não foi para os Estados Unidos.