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Após um ano, cidade de São Paulo voltará a ter uma pista de atletismo 'oficial'

Após pouco mais de um ano, a cidade de São Paulo terá novamente uma pista de atletismo "oficial". A prefeitura promete entregar no início de janeiro a pista do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), no Ibirapuera, reformada com recursos do Governo Federal da ordem de R$ 3,8 milhões. Este é um o único endereço da capital com a classificação classe 1, a maior concedida pela IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês), o que permite a realização de provas dos Jogos Olímpicos, Paraolímpicos e Mundiais, além da homologação de tempos para eventuais recordes.

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Foto do author Gonçalo Junior
Foto do author Raphael Ramos
Por Gonçalo Junior e Raphael Ramos
Atualização:

No ano passado, a pista do COTP estava esburacada, irregular e sem condições de uso. O contrato de reforma foi assinado em julho, mas questões burocráticas levaram o início efetivo para novembro. A obra foi interrompida em dezembro por conta do decreto municipal que cancelou o empenho da obra, ou seja, a prefeitura simplesmente parou a reforma. O reinício foi em julho. A placa de identificação da obra, flagrada pelo Estado, mostra que a previsão inicial de conclusão era maio deste ano. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Seme) garante que as etapas do cronograma não estão atrasadas e que a obra será entregue em 30 dias úteis.

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De acordo com o engenheiro Paulo Rodolfo de Lima, a reforma inclui remoção do piso antigo e adaptação total às normas da IAAF, como adequação da base de asfalto, do projeto da pista e revisão da drenagem e compra de acessórios certificados.

Gerido pela secretaria, o COTP é um dos poucos espaços públicos - leia-se gratuitos - voltados para o esporte de alto rendimento no País. O centro oferece treinamento com especialistas em 10 modalidades (boxe, futebol, ginástica artística, handebol, judô, luta olímpica, natação, atletismo, basquete e vôlei). Quinze competidores formados no COTP disputaram os Jogos Olímpicos do Rio-2016, entre eles o oposto Wallace, medalha de ouro no vôlei masculino, e metade do time de futebol feminino. Hoje o centro atende cerca de mil atletas. As atividades são relevantes porque a formação de atletas de alto nível em locais públicos é uma raridade no Brasil.

Sem a pista, os atletas do Centro Olímpico tiveram de recorrer ao Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR), que funciona no Centro Esportivo Joerg Bruder, em Santo Amaro. Iniciativa dos empresários Abílio Diniz e João Paulo Diniz e de Irineu Loturco, especialista em treinamento esportivo, o núcleo funciona a partir de uma parceira entre a secretaria e o Instituto Península.

Com a reinauguração, a cidade de São Paulo pretende atrair torneios de grande porte, algo tornou raro nos últimos anos. "Nossa intenção é que ela seja uma das três principais pistas de atletismo do País", afirmou o secretário municipal Carlos Bezerra Junior.

A cidade possui outras duas pistas certificadas, mas com algumas diferenças. Uma delas é a do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, cuja pista possui a classe 2, ou seja, é capaz de receber eventos olímpicos e paraolímpicos, com exceção dos Jogos Olímpicos, Paraolímpicos e Mundiais. O outro endereço é o estádio Ícaro de Castro Melo, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, conhecido como Ibirapuera. Em reforma, a pista só está liberada para treinamentos e eventos de pequeno porte.

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