Publicidade

Arrancada levanta o São Paulo

Time obtém o melhor aproveitamento das últimas cinco rodadas e encosta no líder Grêmio

PUBLICIDADE

Por Amanda Romanelli
Atualização:

O discurso parecia ser a tônica para o restante do Campeonato Brasileiro. Quase dois meses atrás, após o clássico que terminou empatado e sem gols, contra o Santos, no Morumbi, o São Paulo havia sucumbido: dez pontos atrás do líder Grêmio, admitia não ter condições de lutar pelo hexacampeonato. O foco era a disputa por uma vaga na Taça Libertadores - e, mesmo assim, com a certeza de que chegar à competição pelo 6º ano consecutivo não seria a mais simples das tarefas. Vote: quem será o campeão? Na longínqua 23ª rodada, disputada entre 30 e 31 de agosto, o São Paulo era o 5º colocado. Muricy Ramalho reclamava que seu time jogava mal, os jogadores pareciam desmotivados. O maior rival, Palmeiras, vice-líder, comemorava a quebra de um tabu: havia derrotado o Atlético-PR, na Arena da Baixada, pela primeira vez na história. Os gols de Diego Souza, na vitória por 2 a 0, garantiram o aumento da distância para o 3º colocado - o Cruzeiro - de um para três pontos. Oito rodadas depois, a inversão de papéis. Tropeços de todos os integrantes do G4 e uma reação impressionante do São Paulo mudou o grupo de elite. A partir da 28ª rodada, a constatação: o time do Morumbi, a sete jogos do encerramento do Campeonato Brasileiro, não parou de subir e conseguiu, na última rodada, sua melhor posição no torneio, a vice-liderança. Já o Palmeiras não parou de descer. Perto da reta final do Brasileiro, e com dois confrontos diretos pela frente (contra Grêmio e Flamengo), voltou a ocupar a 5ª posição, posto do qual saiu na 16ª rodada, no fim de julho. Comparando a campanha dos cinco melhores colocados nas últimas cinco rodadas, fica fácil de entender a inversão de papéis. Dos 15 pontos em disputa, o São Paulo conquistou 13, um impressionante aproveitamento de quase 87%. Grêmio, Cruzeiro e Flamengo ficaram com 9 pontos, comemorando 60% de aproveitamento. Já o Palmeiras, em uma decaída inédita, somou apenas 6, ou 40% do total. A distância entre 1º e 5º colocados, contudo, diminuiu drasticamente: hoje, é de apenas quatro pontos. No fim do primeiro turno (19ª rodada), eram 12. A mudança de comportamento do atual bicampeão brasileiro já assusta o único rival que está à sua frente. O Grêmio venceu os dois confrontos diretos com o São Paulo (ambos por 1 a 0). Mas justamente desde a derrota dos são-paulinos para os gaúchos, na primeira rodada do returno, dia 17 de agosto, o time do Morumbi não conheceu outro revés. Em 11 partidas, seis vitórias e cinco empates. O capitão Rogério Ceni, fazendo jus à campanha do adversário, diz que o Grêmio é o favorito ao título. Mas, do Olímpico, um velho conhecido faz um alerta. "O São Paulo está chegando. Joguei lá cinco anos e sei que a equipe cresce nessas horas", afirma o meia Souza, campeão brasileiro em 2006 e 2007 pelo tricolor paulista. Enredo a se desenrolar nas próximas sete rodadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.