19 de julho de 2011 | 00h00
CORRESPONDENTE / BUENOS AIRES
"Quem canta por último canta melhor." A lembrança parafraseada de um velho ditado poderia ser aplicada às seleções da Argentina e do Uruguai. No sábado pela manhã, o jornal esportivo argentino Olé provocou os uruguaios colocando a foto de Lionel Messi com um chapéu ao estilo do cantor de tango Carlos Gardel, falecido em 1935, e a legenda: "É argentino".
Era uma referência à velha reivindicação argentina sobre a nacionalidade do intérprete de "Mi Buenos Aires querido".
No domingo pela manhã, após a vitória do sábado à noite sobre a Argentina, os uruguaios revidaram no mesmo estilo. O jornal El País colocou a foto de Diego Forlán com um chapéu e a irônica frase "Gardel é nosso", em referência à crença uruguaia de que o cantor não nasceu na francesa Toulouse (como os argentinos dizem), mas sim em Tacuarembó, no interior do Uruguai.
Ontem, o subdiretor do Departamento de Seleções Nacionais da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Humberto Grondona, admitiu que daqui para a frente a seleção "não pode cometer mais erros, pois as eliminatórias são fundamentais para ir à Copa do Mundo".
Enquanto isso, os torcedores argentinos não poupam palavras ofensivas para comentar o desempenho dos jogadores.
O craque Lionel Messi estava entre os maiores alvos da torcida. O camisa 10, assim como na Copa da África do Sul no ano passado, não exibiu dentro da seleção argentina o mesmo rendimento que o transformou no melhor do mundo no Barcelona.
Os analistas esportivos perguntavam ontem: "Os técnicos mudaram e os jogadores continuam os mesmos. De quem é a culpa?"
Nos passos de Maradona. Mas, além dos jogadores, a torcida também pedia a cabeça do técnico Sergio "Checho" Batista, substituto de Diego Maradona, que comandou a seleção de novembro de 2008 a julho de 2010.
Pesquisas dos jornais Âmbito Financiero e La Nación indicam que 90% dos internautas querem a saída de Batista. É a mesma proporção que exigia a saída de Maradona no ano passado.
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