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Atletas descobrem tensão da estréia

Por Agencia Estado
Atualização:

A maior delegação olímpica brasileira de todos os tempos já sentiu, concluída a primeira semana dos Jogos Olímpicos de Atenas, o quanto é difícil estrear. Tensão, tanto para quem tinha experiência, mas perdeu a luta a 44 segundos do início, como Vânia Ishii, como para jovens, como Thiago Pereira, na natação, que vomitou quatro vezes após nadar os 400 metros, medley, no maior palco do esporte mundial. Na segunda semana dos Jogos, será a vez de sentirem o quanto é desgastante a estréia, os atletas do atletismo, canoagem, ginástica rítmica, hipismo, luta greco-romana, mountain bike, nado sincronizado, pentatlo moderno, tae kown do e triatlo. Também terão as fases de mata-mata dos esportes coletivos: futebol feminino, segunda-feira, vôlei feminino, na terça-feira, vôlei masculino e basquete feminino, na quarta, e handebol feminino, na quinta. Uma derrota e os times ficam fora da disputa de medalhas, motivo para elevar muito a tensão. "É curioso como a estréia gera ansiedade", mesmo para quem é bem experiente, afirma Virna, medalha de bronze com a seleção feminina de vôlei em Sydney/2000. Quem já enfrentou sabe que não é fácil.Teve mal-estar de Thiago Pereira, um garoto de 18 anos, após a estréia, no primeiro dia do programa olímpico da modalidade, nos 400 m, medley. Teve "perna tremendo por excesso de adrenalina difícil de controlar" de Flávia Delalori, de 21 anos, na classificação para a final dos 50 m, livre, seguido de muito choro. Teve primeiro set perdido da seleção brasileira de vôlei masculino para a Austrália. Nervoso? - "Fiquei um pouco mais nervoso do que o normal e isso pode ter atrapalhado um pouquinho. Minha primeira Olimpíada... Ganhei bastante experiência. Em Pequim, eu já vou saber o que é uma Olimpíada. Dessa vez tudo era novidade. Na próxima Olmpíada, acho que vou saber lidar melhor com tudo isso", avaliou Thiago Pereira, quinto colocado nos 200 m, medley, referindo-se a ter de enfrentar a pressão por resultados. Lidar com pressão é um aprendizado? "A pressão, numa Olimpíada, sempre é difícil lidar com ela. Numa próxima vez vou saber o que estará me esperando." Apoio? "Tive, dos meus técnicos e dos próprios companheiros como Gustavo Borges, que me contou cobre sua estréia." Ao disputar a primeira Olimpíada, em 1992, Gustavo Borges praticamente não dormiu antes dos 200 metros. Foi oito vezes ao banheiro e ficou em 22.º lugar na prova. Três dias depois, ansiedade controlada, voltou à piscina para ganhar a medalha de prata nos 100 metros. O técnico Omar Gonzales afirmou que Thiago Pereira tem ajuda psicológica no Minas Tênis Clube, mas frisou que o trabalho de fortalecimento da mente tem de ser feito com o esportista diretamente ligado ao dia a dia, ao treinamento, a participação em competições. "Tinha uma certa expectativa por resultado, na primeira Olimpíada dele, porque ele estava bem demais. Começa uma nova fase de trabalho, visando o Pan de 2007 e a Olimpíada de Pequim." Que Thiago esperar daqui para frente? "Um rapaz muito mais preparado, que teve a experiência de uma participação olímpica e a sorte de nadar com os maiores nadadores de sua prova, como Michael Phelps. Essa lição vai servir no futuro." Thiago Pereira não é um menino preocupado e tenso no convívio com as pessoas e mesmo na natação. "A parte emocional vem dentro da prova e não fora da prova, inclusive dormiu bem. Mas dentro da prova, ali, na hora, o compoenente emocional é fundamental." E também é muito decidido. "Falei vai junto com Phelps e ele foi. Ficou a frente 180 metros na eliminatória." Apenas o trabalho, constante, com participação em competições importantes, é que acaba corrigindo esse tipo de dificuldade, na avaliaçao do treinador.

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