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Atletismo ?caçará? talentos na Bahia

Uma equipe de técnicos premiados no esporte brasileiro inicia pelo Brasil um projeto ousado para identificar futuros competidores para os Jogos de 2004.

Por Agencia Estado
Atualização:

Jayme Netto Jr., o treinador de uma geração premiada do atletismo brasileiro, está de malas prontas. Seu destino pode ser a Bahia. Mas o técnico não está pensando em conhecer praias, tirar férias ou mudar-se de Presidente Prudente (SP). Vai viajar a trabalho. Jayme, especialista em provas de velocidade, Nélio Moura, nos saltos, e Luiz Alberto de Oliveira, no meio-fundo, foram os técnicos escolhidos pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para comandar o projeto "caça talentos" e capacitação profissional. O objetivo é encontrar atletas que estejam competindo, mas ainda possam evoluir a curto prazo, até a Olimpíada de Atenas, em 2004. "A Bahia tem grande população negra, raça com o biotipo dos velocistas", afirma Jayme, o técnico que orientou a equipe medalha de prata no revezamento 4x100 m, nos Jogos de Sydney. Jayme, que é treinador de Claudinei Quirino, o melhor velocista do Brasil na atualidade, acredita que o projeto tem tudo para dar certo. "A escolha de técnicos brasileiros é excelente porque eles compreendem a cultura dos atletas. Brasileiro entende brasileiro." Nélio Moura, que orienta a saltadora Maurren Maggi, destaque no atletismo nacional, acrescenta que o objetivo fundamental do projeto é dar capacitação profissional a outros técnicos e atletas. "Só o apoio financeiro não é suficiente para fazer um atleta mudar de nível, queremos capacitar, investir no desenvolvimento, visando resultados." Nélio disse que ficou orgulhoso com a escolha, assim como Luiz Alberto, consagrado ao treinar o camepão olímpico Joaquim Cruz - atualmente orienta Sanderlei Parrela, prata nos 400 m, no Mundial de Sevilha, em 1999. "Vamos somar com esse processo. É muito diferente um técnico de formação e um de performance. No início, nos concentraremos em ajudar equipes pequenas, seleções menores e juvenis, atuando em conjunto com seus treinadores", observa Jayme. Projeto - Roberto Gesta de Mello escolheu os técnicos a partir dos resultados internacionais de equipes e atletas. "É o sonho dos técnicos viajar pelo País à procura de talentos, sendo remunerado por isso", ressalta o presidente da CBAt. Detectar talentos é uma das maiores dificuldades do esporte e a CBAt passará a ser a única confederação de um esporte individual com técnicos exclusivos para a função. Segundo o dirigente, o projeto está inserido em uma política de desenvolvimento do atletismo, principalmente nessas especialidades - velocidade, saltos e meio-fundo. "O desafio é saber para onde ir porque eles não terão limite de viagens", assegura Gesta. Os detalhes serão acertados em reunião, dia 1.º de outubro. O projeto será encaminhado para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Os treinadores devem começar o "garimpo" em dezembro. "O COB poderá ajudar nas despesas. Também poderemos nos beneficiar do convênio com o Comitê Olímpico dos Estados Unidos, usufruindo das instalações para treinos." Gesta esclarece que não tirará os atletas escolhidos para integrar o programa de desenvolvimento de seus estados de origem. Somente quem tiver dificuldade de manter-se treinando em alto nível, poderá mudar para o Centro de Treinamento de Manaus.

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