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Atletismo: uma festa de estrelas em Paris

Cerca de 2 mil atletas, de 210 países, disputam deste sábado até dia 31, na capital francesa, US$ 5 milhões - uma medalha de ouro vale US$ 60 mil -no 9º Mundial.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Estrelas não faltam em Paris, a capital francesa que tenta impressionar na organização do 9° Mundial de Atletismo, a partir deste sábado e até o dia 31. São integrantes do primeiro time - formado por campeões mundiais e olímpicos e recordistas mundiais e do ranking - atraídos pela visibilidade que a competição proporciona e os prêmios. A Associação Internacional de Federações de Atletismo, com o intuito de promover o esporte olímpico número um, oferece US$ 5 milhões em dinheiro para os atletas - cada medalha de ouro será acompanhada de US$ 60 mil. O Brasil participa dessa festa com apenas 17 atletas, sentindo a ausência da que seria a sua chance maior de medalha, a saltadora Maurren Higa Maggi, que cumpre suspensão temporária por resultado positivo em exame antidoping. Estão em Paris 2 mil atletas de 210 países, incluindo dois competidores do Afeganistão, para disputar o torneio que terá como palco o Stade de France, o mesmo da Copa do Mundo da Franca, em 1998, com 70 mil lugares. Sem Maurren, que a revista Track & Field, especializada em atletismo e que faz prognósticos, apontava como medalha de prata, as chances de melhores resultados para o Brasil são no revezamento 4 x 100 metros, no último dia de competições - segundo a publicação uma medalha de bronze é a aposta - e o salto triplo, que terá sua primeira qualificação neste sábado, com Jadel Gregório. Na avaliação do técnico Nélio Moura, o sueco de Gotemburgo Christian Olsson, vencedor do Europeu e do Mundial Indoor de Birmingham em 2002 e o melhor do ranking esse ano, com 17,77 metros, é o favorito. Os demais, inclusive Jadel, que saltou 17,11 metros na temporada e pelos prognósticos da revista Track & Field será o quinto, ?aparecem no bolo, vem se revezando nos resultados da temporada", na avaliação do técnico, inclusive o recordista mundial do triplo, Jonathan Edwards (saltou 18,29 metros, em 1995), de 37 anos, que se machucou recentemente no Grand Prix de Londres e compete pela última vez - está se aposentando. Jadel, segundo Nélio, deve ocupar uma colocação entre os oito melhores do mundo. O Brasil ainda terá neste sábado, na pista do Stade de France, o meio-fundista Hudson de Souza, o ganhador de duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos de São Domingos, correndo a qualificação dos 1.500 m, na mesma série da principal estrela da distância, o marroquino Hicham El Guerrouj, recordista mundial, tricampeão mundial (em Atenas/1997, Sevilha/1999 e Edmonton/2001) e líder do ranking do ano (já correu a distância em 3min29s13). O queniano Bernard Lagat é apontado como principal ameaça a Guerrouj que, no entanto, enfrenta uma guerra de nervos feita por Mehdi Baala, o marroquino naturalizado francês que promete desbancar o ex-compatriota. Para o técnico Luiz Alberto de Oliveira, Hudson passa para a fase semifinal, entre os 16 melhores, após as séries qualificatórias deste sábado. ?Tanto os 400 metros, em que o Brasil terá Anderson Oliveira dos Santos, quanto os 1.500, com Hudson, serão provas muito fortes?, ressalta Luiz Alberto. A onda de calor que invadiu o verão parisiense, causando mortes, parece ter ido embora para alívio dos atletas das provas de fundo, como Sérgio Galdino, que vai disputar a primeira final do Mundial, na marcha atlética 20 km. ?Está quente, mas o calor não é nenhum absurdo?, observou Galdino. Em outra final deste sábado, o Brasil terá Elisângela Adriano, no lançamento do disco. ?Será apenas um aquecimento para o arremesso do peso?, observa a atleta. Fabrício Romero disputa a qualificação do salto em altura. As delegações estão hospedadas na Cidade Internacional da Universidade de Paris, uma vila universitária que abriga estudantes de todas as partes do mundo. Os 17 brasileiros ocupam dois andares da Maison du Brésil, prédio que foi concebido pelo arquiteto Lúcio Costa e está tombado pelo patrimônio histórico de Paris. As bicicletas sem donos - pode-se pegar e largar em qualquer lugar - ajudam no deslocamento pelo local, que é grande.

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