Baiano ganha ouro na canoagem

O canoísta baiano Rogério Souza, 23 anos, que conseguiu uma medalha de ouro na prova C1 1000m (canoa com uma pessoa) e uma de prata na C2 1000m, junto com Antônio Borges, sentiu neste sábado, logo ao chegar à raia do Parque Iguaçu, em Curitiba, para o início das provas de canoagem dos 7º Jogos Sul-Americanos, que o dia seria diferente. Inesperadamente, um atleta chileno disse-lhe que teria uma surpresa. Logo depois, um venezuelano classificou-o como "Ronaldinho da canoa". A maior surpresa veio, no entanto, cinco minutos antes de encerrar o prazo para troca de atletas. O técnico Jefferson Lacerda chamou-o para substituir o canoísta André Borges na prova de 1.000 metros da canoagem individual. "O vento mudou de última hora e favorece a pá no lado direito", alegou o técnico. Naquela hora, Rogério confessa que "cruzou tudo" em sua cabeça. "A gente não pensa nada." Ele estava preparado para disputar apenas a C2 1000m. Imediatamente entrou numa canoa mais moderna - "ela desliza melhor"-, com a qual nunca havia treinado, e fez um aquecimento de 7 quilômetros. Rogério saiu da Bahia com temperatura em torno de 36 graus e neste sábado enfrentava cerca de 8 graus às margens do Iguaçu. Neste domingo, o canoísta retorna à raia para buscar medalhas nas provas C1 200m, C1 500m, C2 200m e C2 500m. Ex-mecânico, Rogério começou a brincar de canoagem por influência dos amigos há 5 anos. Os amigos desistiram, mas ele continuou a carreira e já coleciona 28 medalhas (com as duas conseguidas neste sábado), das quais 7 de ouro, em quatro sul-americanos. Morando em Aureliano Leal e treinando em Ubaitaba e Ubatã, o atleta também voltou a estudar, cursando o 1º ano do ensino médio. Em dias de competição, ele reserva duas a três horas por dia para os estudos. "Meu maior sonho são as Olimpíadas", afirmou. A primeira chance de conseguir o espaço será no fim do mês no Mundial a ser realizado em Sevilha (Espanha).