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Barrichello diz que Honda confia em sua experiência

Fraco final de temporada pela equipe Honda aumenta índice de rejeição do piloto entre os torcedores

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Por Livio Oricchio
Atualização:

O fraquíssimo final de temporada de Rubens Barrichello o distanciou ainda mais de parte do público que acompanha a Fórmula 1. Aumentou seu índice de rejeição entre os brasileiros. Jenson Button, o companheiro na Honda, passou a ser regularmente mais veloz, marcou pontos em três corridas, 6 no total, enquanto Rubinho permanece sem nenhum, o que não ocorreu em nenhuma das 14 temporadas que disputou até então na Fórmula 1. Veja também:No ocaso da carreira, Barrichello prepara seus herdeirosDê uma volta pelo Circuito de Interlagos Enquanto assistia na segunda-feira, orgulhoso, ao filho Eduardo, de 6 anos, treinar de kart na Granja Viana, Rubinho falou sobre um dos seus momentos mais difíceis na Fórmula 1. Estadão - Você não corre risco de ser dispensado pela Honda, mesmo tendo contrato para o ano que vem? Rubens Barrichello - Chance zero. Isso é o resultado do pior carro que já pilotei. Até o GP da França, eu era sempre mais rápido que o Button. Naquela corrida estreamos uma versão nova do carro. Sua reações são bem distintas, sai menos de frente, é mais arisco nas freadas. O que antes favorecia meu estilo passou a ser mais apropriado para o Button. O importante é que dentro da equipe sou muito bem aceito, eles acreditam na minha experiência para sairmos dessa situação. Mas como explicar que ao longo de 15 etapas Button conseguiu marcar pontos três vezes e você não? Não é desculpa. Mas nas quatro ocasiões em que tive carro para me classificar entre os oito primeiros sempre aconteceu algo que jogou contra, como na Austrália. Fiquei 20 voltas atrás do Button, mesmo bem mais rápido. Na última corrida, na China, se forem comparados os meus tempos de volta com os dele, sou quase sempre mais veloz. Mas eu parei para trocar pneus para pista seca e na volta seguinte voltou a chover. O que aparece é que ele fez pontos, mas eu era mais rápido. Decisões erradas. Não culpo ninguém. As decisões são tomadas em equipe. Com um carro vencedor você se sente, aos 35 anos, perto de se tornar o piloto com mais GPs na história (o recorde é de Ricardo Patrese, com 256, e Rubinho tem 248) em condições de lutar pelo primeiro lugar? Não tenho a menor dúvida. Até há bem pouco tempo eu dividia a equipe com o Michael Schumacher, o maior de todos, e me saí muito bem. A cada GP cresce o número de pessoas que defende sua aposentadoria. Eu continuo na Fórmula 1 porque o meio, primeiro, acredita em mim, e essencialmente porque amo essa coisa chamada corrida de carro. Não tenho mais necessidade de continuar correndo. Estou aqui porque gosto. E pago um preço algo por isso, que é ficar longe da minha família. Nasci para ser piloto e pai. Três pilotos com possibilidades de conquistar o título em Interlagos, domingo. Quem será campeão na sua visão? Estou torcendo para o Fernando Alonso. Acho que ele acabou ficando com uma imagem de menino mau este ano erroneamente. Tudo que se passou na Hungria me parece mais um mal entendido. Mas as chances do Lewis Hamilton são maiores.

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