13 de julho de 2010 | 00h00
A Fifa criticou o jogo sujo na final da Copa do Mundo e a atitude dos jogadores em campo. Mas silenciou no único ponto que seria de sua responsabilidade: a arbitragem repleta de erros.
Na partida de domingo, entradas duras dos holandeses, atitudes antidesportivas, queixas e até princípio de brigas marcaram a final entre Holanda e Espanha. O ambiente ficou ainda mais nervoso diante dos constantes erros dos juízes.
Ontem, em sua última coletiva de imprensa, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu sua decepção com o comportamento dos atletas em campo. "Não foi o que eu esperava em relação ao jogo limpo em uma final de Copa do Mundo", disse ele, destacando que, no geral, o Mundial foi marcado pelo jogo limpo.
Já sobre a qualidade do futebol apresentado e a falta de gols, Blatter preferiu não comentar. "Não vou falar sobre qualidade. É como todo show. É o diretor quem decide se jogará para vencer ou para não perder. Tivemos bons jogos e outros com uma qualidade menor. Mas os torcedores vibraram", alegou Blatter, sem citar que a Copa teve a segunda menor média de gols da história.
Vaias. O presidente da Fifa se recusou a comentar a arbitragem, um foco de polêmica durante a Copa que, na final, voltou a ser duramente criticada pelas duas equipes. No fim do jogo, o juiz Howard Webb foi vaiado pelos 84 mil torcedores no estádio.
"Entendo que as pessoas coloquem questões. Mas isso é o aspecto humano do jogo. Se fosse científico e controlado pela técnica, não haveria discussão", justificou Blatter. "Isso é o futebol. Temos de viver com os erros, de jogadores e árbitros. A perfeição não existe", defendeu o cartola máximo do futebol.
"Como presidente da Fifa, não posso comentar a atuação dos juízes. Só posso dizer que foi um jogo duro para eles", disse o suíço. Além da arbitragem polêmica da final, o Mundial foi marcado por erros grosseiros que definiram resultados de jogos. Blatter admitiu que, diante dos problemas, vai reavaliar o uso da tecnologia no futebol.
África. Sobre a organização da Copa, Blatter deu nota 9 aos sul-africanos. A partida final bateu todos os recordes de audiência. Na Espanha, foi visto por 13,4 milhões de residências, 78% do mercado de TV do país. Na Holanda, atingiu 90%. "Estou satisfeito", disse o presidente da Fifa.
A Copa terminou com o terceiro maior público dos Mundiais, mas com 92% ingressos vendidos dos mais de 3 milhões colocados à disposição. "A África ganhou respeito, algo que não tem preço. Essa é a maior vitória."
Blatter se negou a reconhecer que, ao ser anunciado nos alto-falantes do estádio na final, foi duramente vaiado pelos torcedores sul-africanos. "Não fiquei sabendo disso. Só vi que havia menos vuvuzelas", declarou ele, quase engasgando. "Neste país e em todos países africanos, sou sempre recebido como um africano e um amigo. Ontem, foi a mesma coisa."
Classificação da Copa
1º Espanha
2º Holanda
3º Alemanha
4º Uruguai
5º Argentina
6º Brasil
7º Gana
8º Paraguai
9º Japão
10º Chile
11º Portugal
12º Estados Unidos
13º Inglaterra
14º México
15º Coreia do Sul
16º Eslováquia
17º Costa do Marfim
18º Eslovênia
19º Suíça
20º África do Sul
21º Austrália
22º Nova Zelândia
23º Sérvia
24º Dinamarca
25º Grécia
26º Itália
27º Nigéria
28º Argélia
29º França
30º Honduras
31º Camarões
32º Coreia do Norte
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