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Blatter critica a final, mas ignora erros de juiz

Presidente da Fifa reclama do excesso de faltas e da postura dos jogadores na decisão e pega leve com o vaiado Howard Webb

Por Jamil Chade
Atualização:

A Fifa criticou o jogo sujo na final da Copa do Mundo e a atitude dos jogadores em campo. Mas silenciou no único ponto que seria de sua responsabilidade: a arbitragem repleta de erros.Na partida de domingo, entradas duras dos holandeses, atitudes antidesportivas, queixas e até princípio de brigas marcaram a final entre Holanda e Espanha. O ambiente ficou ainda mais nervoso diante dos constantes erros dos juízes.Ontem, em sua última coletiva de imprensa, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu sua decepção com o comportamento dos atletas em campo. "Não foi o que eu esperava em relação ao jogo limpo em uma final de Copa do Mundo", disse ele, destacando que, no geral, o Mundial foi marcado pelo jogo limpo.Já sobre a qualidade do futebol apresentado e a falta de gols, Blatter preferiu não comentar. "Não vou falar sobre qualidade. É como todo show. É o diretor quem decide se jogará para vencer ou para não perder. Tivemos bons jogos e outros com uma qualidade menor. Mas os torcedores vibraram", alegou Blatter, sem citar que a Copa teve a segunda menor média de gols da história.Vaias. O presidente da Fifa se recusou a comentar a arbitragem, um foco de polêmica durante a Copa que, na final, voltou a ser duramente criticada pelas duas equipes. No fim do jogo, o juiz Howard Webb foi vaiado pelos 84 mil torcedores no estádio."Entendo que as pessoas coloquem questões. Mas isso é o aspecto humano do jogo. Se fosse científico e controlado pela técnica, não haveria discussão", justificou Blatter. "Isso é o futebol. Temos de viver com os erros, de jogadores e árbitros. A perfeição não existe", defendeu o cartola máximo do futebol."Como presidente da Fifa, não posso comentar a atuação dos juízes. Só posso dizer que foi um jogo duro para eles", disse o suíço. Além da arbitragem polêmica da final, o Mundial foi marcado por erros grosseiros que definiram resultados de jogos. Blatter admitiu que, diante dos problemas, vai reavaliar o uso da tecnologia no futebol.África. Sobre a organização da Copa, Blatter deu nota 9 aos sul-africanos. A partida final bateu todos os recordes de audiência. Na Espanha, foi visto por 13,4 milhões de residências, 78% do mercado de TV do país. Na Holanda, atingiu 90%. "Estou satisfeito", disse o presidente da Fifa.A Copa terminou com o terceiro maior público dos Mundiais, mas com 92% ingressos vendidos dos mais de 3 milhões colocados à disposição. "A África ganhou respeito, algo que não tem preço. Essa é a maior vitória."Blatter se negou a reconhecer que, ao ser anunciado nos alto-falantes do estádio na final, foi duramente vaiado pelos torcedores sul-africanos. "Não fiquei sabendo disso. Só vi que havia menos vuvuzelas", declarou ele, quase engasgando. "Neste país e em todos países africanos, sou sempre recebido como um africano e um amigo. Ontem, foi a mesma coisa."Classificação da Copa 1º Espanha 2º Holanda 3º Alemanha 4º Uruguai 5º Argentina 6º Brasil 7º Gana 8º Paraguai 9º Japão 10º Chile 11º Portugal 12º Estados Unidos 13º Inglaterra 14º México 15º Coreia do Sul 16º Eslováquia 17º Costa do Marfim 18º Eslovênia 19º Suíça 20º África do Sul 21º Austrália 22º Nova Zelândia 23º Sérvia 24º Dinamarca 25º Grécia 26º Itália 27º Nigéria 28º Argélia 29º França 30º Honduras 31º Camarões 32º Coreia do Norte

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