PUBLICIDADE

Publicidade

Boato de deserção faz Cuba ir embora

Por ordem de Fidel Castro, a delegação antecipa volta para Havana

Foto do author Robson Morelli
Por Robson Morelli
Atualização:

Dona da segunda melhor campanha dos Jogos Pan-Americanas, com 135 medalhas - 59 de ouro, 35 de prata e 41 de bronze -, atrás apenas dos Estados Unidos, a delegação cubana não deverá estar hoje no Maracanã para a festa de encerramento. De forma inusitada e surpreendente, grande parte dos atletas, técnicos e dirigentes representantes da maior ilha do Caribe abandonaram a Vila Pan-Americana, ontem à noite, por volta das 20 horas, em direção ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, em seis ônibus e dois caminhões. Tiveram problema no embarque, pois as malas estavam distribuídas aleatoriamente. De lá seguiram para Havana, em vôo extra. Segundo informações extra-oficiais, a delegação estaria seguindo uma ordem do presidente Fidel Castro. Boatos indicavam que uma deserção em massa poderia acontecer durante a madrugada ou amanhã pela manhã. O clima no aeroporto ficou tenso coma presença da imprensa. "Cuba é coisa nossa", diziam os ressabiados atletas. O vôlei masculino nem ficou para receber o bronze conquistado após vencer Venezuela. Três atletas e um técnico desertaram durante os Jogos. Um deles era da equipe de handebol, que surgiu em São Caetano, depois de pagar US$ 300 de táxi. Após dar entrevista para TV, sumiu. Lázaro Ramelas Ramírez, técnico da ginástica, também abandonou sua equipe. Mas o que mais irritou Fidel foi a deserção dos boxeadores Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara. O primeiro é o atual bicampeão olímpico e soma 104 vitórias consecutivas. Lara é campeão mundial. "São traidores e foram pegos pela máfia da Alemanha", esbravejou o comandante. Fidel se preocupou muito pois em dezembro, após um torneio em Caracas, na Venezuela, Odlanier Solis, Yan Barthelemy e Yuorkis Gamboa fugiram e apareceram dias depois em Hamburgo, na Alemanha.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.