PUBLICIDADE

Bolinha conquista o bronze olímpico no boxe e repete feito do avô 50 anos depois

Luiz de Oliveira, neto de Servílio de Oliveira, derrota o irlandês Dean Patrick Clancy nos Jogos da Juventude

Por Paulo Favero , enviado especial e Buenos Aires
Atualização:

Quis o destino que exatos 50 anos depois um lutador da mesma família repetisse a façanha do seu avô em uma Olimpíada. Se nos Jogos da Cidade do México, em 1968, Servílio de Oliveira conquistou a medalha de bronze, desta vez seu neto Luiz de Oliveira, o Bolinha, ganhou a disputa do terceiro lugar contra o irlandês Dean Patrick Clancy, nesta quarta-feira, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, na Argentina.

Luiz de Oliveira, o Bolinha, ganha medalha de bronze nos Jogos da Juventude Foto: Danilo Borges/Rededoesporte.gov.br

"Estou muito feliz, é um sonho que consegui realizar. Vai ficar para história que 50 anos depois eu conquistei a mesma medalha que ele. É algo muito importante para nossa família", contou, visivelmente emocionado. "Quero mostrar a medalha para ele o quanto antes. Dá até um nó na garganta só de pensar nisso", continuou.

PUBLICIDADE

O boxeador tem ótimas memórias das histórias que o avô contava. "Ele sempre mostrou a medalha. Eu era pequenininho, não entendia muito, mas o tempo foi passando, fui crescendo e sempre quis conquistar uma igual a dele. Meu avô sempre fala para mim que eu tenho condições de chegar ao mesmo nível dele, que era preciso trabalhar duro. O caminho vinha sendo traçado pela nossa família", disse Bolinha.

Servílio de Oliveira foi um dos maiores boxeadores brasileiros. Ele começou a sua carreira aos 12 anos inspirado em Eder Jofre, seu grande ídolo, que tinha acabado de se tornar campeão mundial. Em 1968, além da inédita medalha olímpica para o boxe brasileiro, foi campeão paulista, nacional e latino-americano.

Agora, Bolinha segue os seus passos e espera ter um futuro brilhante como o do avô. "Essa conquista será uma escada gigante para mim. Imagino chegando em casa com a medalha. Não é fácil, mas minha família sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis", afirmou o rapaz de 17 anos, que foi porta-bandeira do Brasil em Buenos Aires.

Na semifinal, Bolinha foi derrotado pelo tailandês Sarawut Sukthet por 4 a 1 na decisão dos juízes. Perdeu a chance do ouro, que ficou com o britânico Ivan Price, mas nesta quarta-feira não deu chance para Clancy e ganhou de 5 a 0, sendo soberano no combate. "Quando perdi a luta, fiquei muito triste porque queria o ouro. Mas agora veio a de bronze e estou muito feliz. Ter uma medalha olímpica não é fácil", festejou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.