PUBLICIDADE

Bosco pede mais respeito e o fim de comparações

Por Giuliander Carpes
Atualização:

Depois de Rogério Ceni se lesionar, Bosco tem a primeira chance de conseguir uma boa sequência (atuou no máximo quatro jogos consecutivos por enquanto) como titular do gol do São Paulo desde que chegou ao clube, em 2005. Mas está insatisfeito. As cobranças estão sendo forte demais, na opinião do jogador. E as comparações com o antigo dono da posição incomodam o atual dono da meta. "Um goleiro age diferente do outro. Temos que respeitar o jogador", pede Bosco. "Cada um tem um estilo de agir e pensar dentro de campo. Não acho legal esse tipo de comparação." As cobranças surgiram depois que Bosco sofreu o segundo gol do Corinthians, na semifinal do paulista. Ronaldo deu um pique de quase 40 metros, deixou o zagueiro Rodrigo para trás e encobriu o goleiro, que teria demorado demais para sair da meta. "Será que Rogério não impediria o Fenômeno de marcar aquele gol?" é a pergunta que a torcida são-paulina faz desde então. O atual titular do São Paulo acha que dar uma resposta para o questionamento já não importa mais. "Talvez não fizesse diferença porque 1 a 0 também não era bom pra gente", afirma, tentando mudar de assunto. "Eu tomei uma decisão e fui até o fim. Mas o que tinha de lamentar já lamentamos. Não vamos pescar isso no esquecimento. Temos novos desafios agora." A preocupação atual do goleiro é evitar gols em casa nos próximos duelos da Libertadores. Na primeira fase, o São Paulo saiu perdendo nos três jogos que fez no Morumbi. Conseguiu virar dois - contra o Defensor e o América de Cali, ambos por 2 a 1 -, empatou outro com o Independiente Medellín (1 a 1), mas teve que correr atrás, se desgastou e o cansaço pode ter prejudicado o time na semifinal do Paulista. Agora, nos confrontos mata-mata, pode ser uma rotina fatal. "Tomar gol em casa é complicado nesta competição, pois temos que lidar com a impaciência do torcedor", diz. Os dirigentes são-paulinos não confirmam, mas o clube estaria analisando o mercado para buscar outro goleiro. O que não impacienta Bosco. "Não tive conhecimento disso", conta o atual titular. "O clube tem direito de contratar quem quiser. Agora, eu dificultaria ao máximo para perder a posição. Tenho apoio do treinador e o trabalho vai começar a fluir, tenho certeza. Espero ser eu a entregar a posição para o Rogério, daqui a 4 ou 5 meses, e vou trabalhar para isto acontecer." Uma dificuldade de Bosco para pegar ritmo de jogo é a falta de partidas até o dia 6 ou 7 de maio, data dos duelos de ida das oitavas de final da Libertadores. " Para o goleiro é um pouco complicado ficar sem jogar. Mas vou tentar aproveitar este momento para fazer treinamentos específicos. Espero já estar 100% no próximo jogo."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.