Boxe do Brasil torce para fugir de Cuba

Os onze pugilistas, um em cada categoria, ficam de olho no sorteio de hoje que vai definir as chaves

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Por Robson Morelli
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Ninguém dormiu direito de ontem para hoje na delegação brasileira de boxe. Depois de uma semana de treino no Rio, enfim, o grande dia. Às 10 horas, os 119 lutadores credenciados para o Pan-Americano do Rio saberão quem vão enfrentar no primeiro dia de combate. As lutas começarão a partir das 16 horas no Pavilhão 2 do Riocentro, mesmo palco onde houve as competições do levantamento de peso, com capacidade para 400 pessoas. E elas vão até o dia 28. Somente no dia 26 não haverá combates. É o dia de descanso dos lutadores. James Dean, medalha de bronze em Santo Domingo, no Pan de 2003, é um dos brasileiros que podem subir ao ringue hoje. Está preparado. Ele luta na categoria 54 quilos, uma das cinco programadas para o primeiro dia de provas da modalidade. Este peso galo é o único medalhista da turma nacional. É pentacampeão brasileiro também. Tem na bagagem a vantagem de experiência adquirida em torneios internacionais. Sua categoria é a terceira mais leve dos Jogos, à frente apenas do peso mosca ligeiro (48 quilos) e do mosca (51). ''''Estou trabalhando para ganhar outra medalha em Pan-Americanos. Tomara que seja mais pesada que o bronze da República Dominicana'''', disse o lutador de Presidente Dutra, Maranhão, quando esteve treinando no morro do Vidigal, na academia de boxe Raff Giglio. James Dean tem como ídolos os lutadores Acelino Freitas, o Popó, um dos convidados da delegação brasileira no Rio, e Sertão, atual campeão nacional. Mas foi no demolidor Mike Tyson, aquele dos bons tempos, que Dean se inspirou para subir nos ringues, mesmo com tamanha diferença de categoria de um para o outro. Tyson sempre foi peso pesado. Dean é galo. Os outros brasileiros que podem subir ao ringue no primeiro dia do boxe são Paulo Santos Carvalho (mosca ligeiro), Everton dos Santos Lopes (peso leve), Pedro Álvaro Santos de Lima (meio-médio) e Washington Luís da Silva (meio-pesado). Todos os boxeadores passaram a semana treinando na Vila Pan-Americana, dentro da única academia existente por lá. ''''Há um revezamento no horário de treino para os lutadores dos diversos países. Quando um time entra, ninguém fica espiando. Não pode. Não há como ver os rivais, portanto'''', comentou o chefe da delegação do Brasil de Boxe, Otílio Toledo. O Brasil espera levar sorte na definição das lutas hoje. Escapar do combate com cubanos e norte-americanos na estréia já pode ser um bom começo. Dos 11 lutadores que o Brasil tem nos Jogos Pan-Americanos, outros três têm boas chances de ganhar medalhas: Davi Silva de Souza, peso pena; Myke Michel de Carvalho, meio-médio ligeiro e Washington Luís da Silva, meio-pesado. As lutas são de quatro rounds de dois minutos cada, com descanso de um minuto. ANÁLISE Acelino Popó Freitas * "Temos chance de medalha nas 11 categorias" Vamos brigar pelas 11 medalhas que estarão em disputa. Acho que a maioria do grupo pode até chegar à final e lutar pela medalha de ouro. Só dependemos do sorteio. Se tivermos sorte e conseguirmos fugir de um confronto imediato com cubanos, venezuelanos e norte-americanos, nossas chances de medalhas serão muito grandes. * ex-campeão mundial dos superpenas e dos leves

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