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Boxe: filme resgata James Braddock

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Por Agencia Estado
Atualização:

Quando se pensa na categoria dos pesos pesados, os amantes do boxe logo citam Joe Louis, Rocky Marciano, Muhammad Ali, Mike Tyson. Poucos se lembram da carreira de James Braddock, dono do cinturão mundial em 1935. Mas o diretor de cinema Ron Howard não se esqueceu. Em A Luta pela Esperança, que entra em cartaz na sexta-feira, relata-se, além da vida do boxeador, a de pai e cidadão, interpretado por Russell Crowe. Em 144 minutos de fita, conta-se sete anos da vida de Braddock, que começou no boxe entre os meio-pesados, alcançou sucesso relativo, mas a carreira prejudicada por várias contusões. Com a queda da Bolsa de Nova York, em 1929, aposentado do pugilismo, passou grandes dificuldades ao lado de sua mulher, Mae, papel vivido por Renée Zellweger, e os três filhos. Braddock apostou seu dinheiro, entre outras coisas, em uma empresa de táxi. Tudo deu errado. Endividado, conseguiu empregos temporários nas docas de New Jersey. Desesperado, procurou os dirigentes do boxe para pedir esmola. A cena é uma das mais emocionantes do filme. Aliás, Crowe está tão bem, que nem de longe lembra a pessoa antipática da vida real. A relação de Braddock com os filhos emociona. A amizade entre Braddock e o técnico/empresário Joe Gould, vivido por Paul Giamatti, é quase impensável para os dias de hoje se compararmos o que faz Don King com os pugilistas da atualidade. O boxe só domina a fita do meio para o final, quando impressionam as tomadas de 360 graus das câmeras, que praticamente colocam o espectador dentro da luta. O desempenho de Crowe, Craig Bierko ? como Max Baer, o campeão da época ? e Matthew G. Taylor (o ex-campeão Primo Carnera) estão muito boas. Todos tiveram orientação do lendário técnico Angelo Dundee, que faz uma pequena ponta. Apesar do sucesso de crítica, A Luta pela Esperança não acumulou a cifra esperada por seus idealizadores. Mas é certo que irá brigar por algumas estatuetas do Oscar no início do ano que vem. Assim como fez este ano Menina de Ouro. No cinema, o boxe ganha dos outros esportes por nocaute.

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