Brasil aposta em velocidade e talento contra o México

PUBLICIDADE

Por Silvio Barsetti
Atualização:

Uma equipe veloz, com toques rápidos e tabelas envolventes. Mas, principalmente, com o potencial de improviso de Neymar, Fred, Oscar ou outro capaz de desequilibrar pelo talento e habilidade em lances individuais. É assim que o técnico Luiz Felipe Scolari espera ver o Brasil derrotar o México, nesta quarta-feira, a partir das 16 horas, na Arena Castelão, em Fortaleza, para chegar aos seis pontos e logo em seguida, às 19 horas, torcer por um empate ou vitória da Itália sobre o Japão, no Recife. Se essa combinação se confirmar, a seleção brasileira garantirá a vaga antecipada da semifinal da Copa das Confederações. Depois, no sábado, enfrentaria os italianos, em Salvador, só para definir o primeiro lugar do Grupo A."Precisamos vencer duelos individuais para ter uma supremacia", declarou Felipão. Ele disse que Neymar vai ter liberdade para criar pelos dois lados e pelo meio e também cumprirá o papel de atrapalhar a saída de bola do México. Após derrotar o Japão na estreia por 3 a 0, o treinador deu prioridade a um aspecto, visível nos treinamentos: exigir dos homens de frente, incluindo Fred, uma movimentação mais constante a fim de confundir a marcação adversária. Ele admitiu que no jogo com os japoneses os zagueiros Thiago Silva e David Luiz não tinham "comunicação" com o meio-campo. Por isso, optaram várias vezes por longos lançamentos, quase todos infrutíferos. Isso ocorreu, na sua avaliação, porque Hulk e Oscar não conseguiram se livrar da marcação."O México vai vir com duas linhas de quatro. Eles são rápidos em se recompor quando perdem a bola", comentou Felipão, durante entrevista nesta terça-feira, no Castelão. Descontraído, ele disse que somente à noite a comissão técnica se aprofundaria no estudo sobre a seleção mexicana. O técnico, seus auxiliares e os jogadores assistiriam a vídeos de alguns lances do adversário durante suas últimas partidas pelas Eliminatórias do Mundial de 2014 e também o teipe de México 1 x 2 Itália, confronto realizado domingo no Maracanã.Felipão avalia que houve uma evolução tática na sua equipe desde o amistoso com a Inglaterra, há três semanas, no Rio. Depois, o Brasil passou fácil pela França por 3 a 0, em Porto Alegre, e repetiu o placar contra o Japão, na primeira rodada da Copa das Confederações. No entanto, ele sabe que a defesa também necessita de ajustes. "Um melhor posicionamento", disse. Isso pode vir com a sequência de jogos, com o entrosamento da equipe. A dupla de zaga, sem uma proteção mais eficaz do meio-campo, deixou Julio Cesar em situação difícil três vezes contra os japoneses. Diante do México, o técnico sabe que alguma falha no setor pode definir a partida.Sua preocupação com a "organização defensiva" do time, expressão utilizada por Felipão nesta terça-feira, pode sugerir mais uma vez que ele utilize em algum momento da competição a formação com três zagueiros. Dante seria o escolhido para ficar ao lado de Thiago Silva, enquanto David Luiz atuaria à frente dos dois. Na eventualidade de o Brasil abrir uma boa vantagem sobre o México, a mudança tática já poderia ser testada nesta quarta, no Castelão, mesmo que por alguns minutos. Nesse caso, a tendência seria a troca de Luiz Gustavo por Dante, o que apenas repetiria o que o treinador tem feito em vários treinos nas últimas semanas.CARRASCO - Se quiser permanecer vivo na Copa das Confederações, o México terá mais uma vez que comprovar sua fama de algoz brasileiro neste século. Derrotados pela Itália na estreia, os campeões da Concacaf correm o risco de serem eliminados em caso de derrota nesta quarta-feira - desde que os italianos empatem com o Japão, um pouco mais tarde, na Arena Pernambuco.Cair ainda na primeira fase da competição seria mais um revés para a coleção mexicana neste ano. A equipe venceu um dos dez jogos em 2013 (foram oito empates e mais uma derrota) e ficou em situação ruim nas Eliminatórias.O técnico José Manuel de la Torre não permitiu que a imprensa acompanhasse os treinos em Fortaleza, para tentar surpreender o Brasil, o que necessariamente passa pela necessidade de apresentar um melhor nível do que foi feito contra os italianos. "Mais do que nervosismo, creio que falta confiança e isso é mais difícil de se fazer recuperar", afirmou o treinador.À procura de uma injeção de motivação nos comandados, o treinador espera que o retrospecto recente contra os brasileiros - são sete vitórias e três derrotas nos últimos 12 jogos, sem contar o triunfo sobre o Brasil na final da Olimpíada de Londres - anime o elenco mexicano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.