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Brasil ataca Suécia por medalha inédita

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sem medo da Suécia, atual vice-campeã do mundo, o Brasil vai jogar no estilo que sempre caracterizou seu futebol: atacando. É pressionando a adversária que a equipe acredita na conquista da primeira medalha na modalidade, cada vez mais perto do País. Uma vitória diante das suecas, nesta segunda-feira, em confronto marcado para as 15 horas (de Brasília), em Patras, a 215 kms de Atenas, garantirá, no mínimo, a prata às meninas sul-americanas. A outra semifinal será entre Alemanha e Estados Unidos e a decisão do ouro ocorrerá na quinta-feira, no Estádio Olímpico de Atenas. As européias representam ameaça ao Brasil, mas as atletas adotam discurso extremamente otimista. Têm certeza de que chegou a hora de sentir o gostinho de subir ao pódio. "O grupo está muito unido, o ambiente é bom", afirmou a goleira Andreia, que aproveita as concentrações para ler uma obra de Paulo Coelho, enquanto as colegas preferem se distrair com samba e pagode. René Simões vem trabalhando o psicológico das garotas a fim de não deixar que os traumas do passado interfiram no presente. Em 1996, em Atlanta, e, em 2000, em Sydney, a seleção também chegou à semifinal, mas acabou derrotada. E, em nenhuma das ocasiões, foi capaz de vencer a disputa do bronze. O adversário também não traz boas recordações. No último Mundial, em 2003, nos Estados Unidos, o Brasil foi eliminado justamente pela Suécia, nas quartas-de-final, ao perder por 2 a 1. O elenco, no entanto, tem motivos de sobra para apostar no triunfo. Os últimos dois jogos foram brilhantes: 7 a 0 na Grécia e 5 a 0 no México. Os resultados garantiram ao Brasil o melhor ataque da competição e uma generosa dose de confiança. Mesmo enfrentando oponente bem mais forte que nas duas rodadas anteriores, Simões resolveu manter o esquema bastante ofensivo, com três atacantes, Marta, Pretinha e Cristiane. De acordo com o treinador, esse foi o sistema que deu mais certo. Revelação - Uma das esperanças da comissão técnica, além de Marta, de 18 anos, é Cristiane, que iniciou a competição como reserva, mas ganhou vaga entre as titulares com boas atuações. É a artilheira com cinco gols. A garota, de 19 anos, iniciou a carreira aos 14, depois de passar por teste no Juventus. Atualmente, defende o Alameda, de São Bernardo, porém ainda não conseguiu adquirir boa condição financeira com o esporte. A conquista de uma medalha é fundamental para ela e outras jogadoras, como Formiga e Pretinha, que estão desempregadas, mas atraem interesses de agremiações européias. Simões acredita que, após os Jogos, as meninas receberão boas propostas e passarão a ter melhores condições. A Suécia, uma das escolas mais fortes do mundo no futebol feminino, iniciou a participação com surpreendente derrota: 1 a 0 para o Japão. Depois, recuperou-se e bateu a Nigéria por 2 a 1 para classificar-se para a segunda fase. Nas oitavas-de-final, novamente sem brilhar, venceu a Austrália por 2 a 1. Embora perigoso, o time enfraqueceu um pouco em relação ao Mundial do ano passado. "Vamos enfrentar um dos melhores times do mundo. Apesar do início ruim, a Suécia se recuperou e vai dar trabalho", comentou Simões.

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