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Brasil bate Itália em jogo emocionante

Por Agencia Estado
Atualização:

Num tie-breaker de tirar o fôlego, a seleção brasileira masculina de vôlei derrotou a Itália, nesta terça-feira, e conquistou a segunda vitória consecutiva no torneio olímpico dos Jogos de Atenas por 3 sets a 2 (25/21, 15/25, 25/16, 21/25 e 33/31), no Ginásio da Paz e Amizade do Complexo de Faliro. As torcidas do Brasil e Itália (6.500 pessoas) ocuparam duas arquibancas, lado a lado, e viram um jogo com todos os ingredientes de muita emoção. Um primeiro set, equilibrado, terminou com vitória do Brasil. Num segundo set em que o Brasil praticamente não jogou, os italianos levaram com facilidade. Um terceiro em que foram os italianos que praticamente não jogarem. Um novo quarto set equilibrado. E um tie-breaker que só foi definido após 20 match points (13 para os brasileiros e sete para os italianos), por 33 a 31. Giba foi o principal marcador da equipe com 26 pontos. O principal pontuador da Itália foi Matej Cernic, com 20. Com duas vitórias consecutivas, o Brasil lidera o Grupo B, com quatro pontos. Quatro equipes da chave - Rússia, Estados Unidos, Itália e Holanda têm uma vitória e uma derrota e a Austrália duas derrotas. Em menos de 30 horas, o Brasil estará novamente em quadra contra a Holanda, às 5 horas da madrugada de quinta-feira (horário de Brasília). O técnico Bernardo Rezende disse que o tempo é curto para que "baixe a adrenalina e o grupo pense no próximo adversário. No momento, a preocupação é com a classificação e o próximo degrau é a Holanda. Ser o primeiro do grupo, por enquanto, não significa muita coisa, não adianta ficar fazendo esse tipo de perspectiva. É treinar amanhã (18), ver o que o time fez de bom ou ruim, corrigir no treinamento." A partida ainda marcou a volta do capitão Nalbert, após uma ausência de seis meses da quadra por causa de uma cirurgia no ombro esquerdo. Nalbert sorria quando deixou a quadra em direção a conferência de imprensa. "Foram praticamente seis meses sem jogar", lembrou. Foi operado do ligamento do ombro esquerdo e ficou 4,5 meses e meio em um processo de recuperação delicado - só foi liberado pelo médico para disputar a Olimpíada 15 dias antes dos Jogos. O ponta Nalbert disse que não estava acostumado a sair do banco de reservas para entrar no meio da partida (quarto set) e demorou três rodízios para entrar no jogo. A vitória, na sua avaliação, serve para dar moral ao grupo e confiança pessoal. Mesmo assim, como todos os outros jogadores, lamentou os muitos altos e baixos da partida e disse que nem conseguia entender exatamente o que aconteceu. Explicou que Itália e Brasil são, atualmente, os dois times mais regulares do vôlei mundial. "Nessa partida, no entanto, não mostrarm essa regularidade." Nalbert disse que o tempo para descanso antes do jogo contra os holandeses será curto, mas o Brasil tem de tentar corrigir os muitos erros que cometeu. Pessoalmente, continua não se importando se será ou não escalado pelo técnico Bernardinho para sair entre os titulares - nesta terça a seleção começou com Ricardinho, André Nascimento, Gustavo e André Heller, Giba e Dante, mais o líbero Escadinha. "Quero ajudar o time no que for preciso", afirmou. No entanto, não escondeu que "estar em quadra tem um gosto diferente, é muito bom". O Brasil vem mostrando que tem total controle emocional para enfrentar esse tipo de situação, como no tie-breaker contra a Sérvia e Montenegro, na Liga Mundial de 2003, que também terminou por 31 a 29, ou a vitória no Mundial da Argentina, em 2002, contra a Rússia, que também num tie-breaker, mas com um placar mais normal, de 15/13. Bernardinho disse que o time não pode ficar muito animado com a vitória com um tie-breaker como o desta terça porque sabe que "não foi brilhante em todos os momentos" e isso gera uma preocupação num campeonato que está apenas na segunda rodada. "Foi uma vitória cheia de erros. Temos de consertar isso e pensar única e exclusivamente na Holanda nesse momento." O meio-de-rede Gustavo que fez o último ponto de bloqueio após um rali incrível, preferiu dizer que foram muitas as bolas decisivas e que toda a equipe está de parabéns pela vitória, mas ainda precisa melhorar por causa dos altos e baixos. "Jogamos um set muito bem, no outro bem abaixo do que podia. Conversar e procurar manter uma regularidade, nem tão bem mas nem tão ruim assim." Gustavo acha que o Brasil cometeu muito mais erros do que a Itália, que estava passando a bola para o Brasil decidir - "essa é uma tática deles", acentua. "O importante é que na final deu a gente." Não quis chamar a partida de uma final antecipada, mas disse que o jogo, pela emoção, teve ingredientes de uma final. "Num set um time jogava e no seguinte o outro time jogava. Parecia que o lado da quadra é que estava decidindo", brincou Gustavo. "Ainda bem que terminamos do lado certo da quadra." O jogador acha que agora a seleção deve esquecer totalmente desse jogo e pensar no bloqueio alto e pesado da Holanda, "um outro jogo difícil do torneio olímpico." "O detalhe foi o coração, a força do Brasil", definiu Dante. "Isso serve para motivar a nossa equipe, estamos de parabéns e agora é tentar descansar e pensar no jogo contra a Holanda." O atacante Anderson, que veio do banco para entrar no quarto set quando o Brasil perdia por 14 a 6 disse que está acostumado a entrar em quadra em situações adversas. "Não estranho nem um pouco, nos últimos quatro anos só faço isso."

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