PUBLICIDADE

Publicidade

Brasil cancela participação em evento internacional de surfe no Japão

Apesar da liberação de verba pelo COB, CBSurf não consegue garantir o envio da delegação nacional para o ISA Games

Por Paulo Favero
Atualização:

A fase do Brasil no surfe é ótima, com atletas liderando o ranking mundial e grande possibilidade de o País ter novamente um campeão mundial, mas para tristeza de alguns atletas a CBSurf (Confederação Brasileira de Surf) não mandará uma delegação para o ISA World Surfing Games, torneio que será disputado em Tahara, no Japão, de 15 a 19 de setembro.

Adalvo Argolo, presidente da CBSurf, alegou dificuldades burocráticas para lidar com o dinheiro liberado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), que garantiria todos os custos da delegação brasileira no Japão. A entidade fez um circuito nacional para definir os representantes, mas de última hora acabou optando por cancelar a participação. O evento vale vaga para os dois surfistas mais bem colocados do continente, no masculino e feminino, para os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019, na estreia da modalidade.

Weslley Dantas surfa no World ISA Games em 2017 Foto: Evans/ISA

PUBLICIDADE

O dinheiro (cerca de R$ 278 mil) viria da Lei Agnelo/Piva e foi aprovado para o projeto da CBSurf em 17 de julho. Como é de praxe, a entidade precisa estar regularizada em suas prestações de conta, fazer no mínimo três orçamentos com empresas que possuam documentação em dia e por aí vai. Só que a CBSurf não conseguiu concluir esse processo a tempo e preferiu recuar. Procurado pela reportagem do Estado, Argolo não retornou os contatos.

Mas em entrevista ao Waves, ele admitiu que não conseguiu cumprir os prazos e requisitos. "Precisávamos ter três orçamentos de agências diferentes e comprovar qual a agência que ganhou a disputa. A própria agência que tinha o melhor preço desistiu devido à burocracia. Também tínhamos de fazer o mesmo com hotéis, transportes, motoristas, intérpretes, etc. Teríamos de devolver todo o dinheiro que não atendesse às exigências, ou ficaríamos inadimplentes e não teríamos mais direito a nenhuma verba do COB, inclusive nas etapas do Circuito Brasileiro. Seria um risco enorme e achamos prudente cancelar a participação no evento, não comprometendo o planejamento da entidade junto ao COB", disse.

Por meio de uma nota, o COB explicou todo o processo que levou os atletas a não irem para o ISA World Surfing Games. Detalhou as datas de liberação de recursos e disse que nesta semana a entidade não conseguiu executar o projeto. "Na segunda-feira, dia 10, a CBSurf esteve novamente no COB e informou que não tinha conseguido fazer nenhuma das contratações necessárias", afirmou.

"Mesmo diante do curtíssimo prazo para a viagem, o COB buscou, mais uma vez, auxiliar a confederação na organização desta ação. Em relação às passagens aéreas, na data em que as reservas foram solicitadas, só havia disponibilidade em empresas aéreas com conexão nos Estados Unidos, onde é necessário visto para entrada no país. A CBsurf era a responsável por conseguir os vistos para seus atletas e a equipe feminina não dispunha de visto americano. Desta forma essa ação não pôde ser realizada no tempo necessário para participação no evento. Por decisão da CBSurf, a participação no Mundial foi então cancelada", explicou o COB.

Confira a íntegra da nota do COB:

Publicidade

Sobre o cancelamento da participação brasileira no ISA Games, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) informa que:

O COB aprovou a liberação de verba para o projeto apresentado pela CBsurf para o ISA Games no dia 17 de julho, com previsão de repasse de recurso e início da execução do projeto pela CBSurf em 1º de agosto. No entanto, na data prevista para repasse, a CBSurf estava impossibilitada de receber recursos da Lei Agnelo/Piva por não ter apresentado documentos necessários e obrigatórios para prestação de contas de projetos anteriores.

Assim que a CBSurf regularizou sua situação de prestação de contas, no dia 3 de setembro, o recurso foi disponibilizado. Durante o período em que a CBSurf estava impossibilitada de receber recursos, o COB informou que poderia executar o projeto, como atualmente atua com algumas Confederações, com o objetivo de não causar prejuízos aos atletas. A CBSurf optou por aguardar o momento que pudesse receber o recurso e executar o projeto.

Na quinta-feira, 6 de setembro, a CBSurf esteve no COB e informou diversas dificuldades operacionais internas para contratação de passagens aéreas, hospedagem, alimentação e aluguel de veículo, que poderiam acarretar problemas na futura prestação de contas da entidade junto ao COB. O COB então deu orientações para que a Confederação pudesse seguir com o planejamento.

PUBLICIDADE

Na segunda-feira, dia 10, a CBSurf esteve novamente no COB e informou que não tinha conseguido fazer nenhuma das contratações necessárias. Mesmo diante do curtíssimo prazo para a viagem, o COB buscou, mais uma vez, auxiliar a confederação na organização desta ação.

Em relação as passagens aéreas, na data em que as reservas foram solicitadas, só havia disponibilidade em empresas aéreas com conexão nos Estados Unidos, onde é necessário visto para entrada no país. A CBsurf era a responsável por conseguir os vistos para seus atletas e a equipe feminina não dispunha de visto americano. Pela Europa só havia disponibilidade de passagens de primeira classe e a Lei Agnelo/Piva não permite a compra de passagens desta categoria. Desta forma essa ação não pode ser realizada no tempo necessário para participação no evento.

Por decisão da CBSurf, a participação no Mundial foi então cancelada.

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.