Publicidade

Brasil define 5 judocas para Atenas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Carlos Honorato, medalha de prata na Olimpíada de Sydney/2000, foi o primeiro judoca brasileiro a garantir sua participação nos Jogos de Atenas, em agosto. Assim como ele, Edinanci Silva, Daniel Hernandes, Daniele Zangrando e Vânia Ishii conseguiram suas vagas olímpicas durante a disputa da seletiva nacional, neste sábado, em Ipatinga (MG). Honorato venceu Edelmar Branco Zanol na duas lutas deste sábado, por yuko e ippon, ambas na prorrogação (golden score), e fechou a seletiva por 2 a 0 - havia ganho a etapa de São Paulo (também por 2 a 0). Em Sydney, ele obteve a vaga de titular na categoria médio de "presente", por causa de uma contusão de Branco, que havia vencido a seletiva. Mesmo assim, trouxe a medalha de prata. Agora, Honorato é o titular e, aos 29 anos, mostrou que está muito confiante. "Eu já acho que o ouro é meu", afirmou o judoca, sobre o que espera de seu desempenho em Atenas. Atleta de São Caetano, ele explicou o motivo de sua convicção. "Em Sydney eu era reserva e ninguém acreditava em mim. Se eu não tivesse acreditado em mim mesmo não teria ganho a prata. Em Atenas, vou fazer melhor", prometeu Honorato. Também asseguraram vaga na equipe olímpica a meio-médio Vânia Ishii, de 30 anos, a meio-pesado Edinanci Silva, de 27 anos, e o pesado Daniel Hernandes, de 24 anos. Vânia Ishii, que havia vencido Erica Moraes por 2 a 0 em São Paulo, fez uma seletiva sofrida neste sábado, com as três lutas decididas na prorrogação e duas delas na bandeira (juízes). Eufórica com a classificação, disse que saiu "extremamente fortalecida da seletiva". Do pai, Chiaki Ishii (medalhista olímpica em 1972), considera ter herdado os genes que vão ajudá-la a buscar a inédita medalha em Atenas. "Geneticamente sou bem favorecida", brincou. Edinanci, que vai competir em sua terceira Olimpíada, deixou o dojô preocupada com a contusão da adversária no ombro. "Ela é uma jovem promessa na categoria e eu não queria que se machucasse", disse sobre Claudirene Silva, a quem venceu por 2 a 0. De cabelo pintado de amarelo - "um ritual", segundo explicou -, Edinanci revelou que não se sente pressionada pelo fato de as judocas brasileiras nunca terem ganho uma medalha olímpica. "Estou mais madura, vou colocar tudo o que aprendi nessa Olimpíada e a responsabilidade motiva meu treinamento." Para Daniel Hernandes, na categoria pesado, a vitória também veio por 2 lutas a 0 sobre Fabiano Zambronetti, ambas por yuko. Assim, ele fechou o confronto eem 2 a 0. Daniele Zangrando, a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha num Mundial de Judô - aos 16 anos, em 1995, de bronze - e também dona de duas medalhas de prata em Mundiais Júnior (1996 e 1998), se considera recompensada pela vitória na seletiva, contra Tânia Ferreira (por duplo 2 a 0). "Tive a oportunidade de treinar e competir contra as melhores do mundo durante o Circuito Europeu e sei que estou perto de uma medalha olímpica", disse Daniele, que quase parou quando teve de suportar a desclassificação para Sydney e duas cirurgias por causa de uma hérnia de disco que a afastou dos tatames por um ano. A próxima seletiva nacional será dia 3 de abril, em Teresópolis ou Santos, para decidir as vagas nos confrontos empatados: Marli Midori x Daniela Polzin (ligeiro), Fabiane Hukuda x Cátia Maia (meio-leve), Flávio Canto x Luiz Camilo (meio-médio) e Mário Sabino x Luciano Corrêa (meio-pesado). As categorias que estão com disputas atrasadas - ligeiro, meio-leve e leve, todas no masculino - terão de lutar no dia 10 se não forem definidas em 3 de abril. Neste sábado, Henrique Guimarães venceu Leandro Cunha por 2 a 1 (meio-leve); e, na primeira seletiva, Alexandre Lee tinha derrotado Fúlvio Myiata por 2 a 1 (ligeiro) e Leandro Guilheiro havia ganhado de Luiz Camilo por 2 a 0 (leve). Nas categorias femininas (ligeiro, meio-leve, médio e pesado) que ainda não têm vagas asseguradas na Olimpíada, as vencedoras da seletiva vão ao Pan-Americano de Isla Margarita, em abril, última chance de obter classificação. As melhores chances são de Priscila Marques, que ganhou a seletiva contra Viviane Araujo no pesado, e da categoria ligeiro, com representante ainda indefinida. Cristina Sebastião, que venceu no médio, praticamente não tem chance, assim como a judoca do meio-leve.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.