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Brasil leva a Pequim time eclético

Seleção tem bons atletas em mais de um estilo, mas volta a ter chance de pódio nos 50 m e 100 m livre

Por Heleni Felippe
Atualização:

A natação do Brasil, com tradição nas provas de velocidade do estilo livre (crawl), terá uma geração mais eclética na piscina do Cubo D?Água, o Parque Aquático da Olimpíada de Pequim, de 8 a 24 de agosto. Depois de uma década ganhando medalhas apenas no estilo livre, em Atenas/2004 o País teve destaque no nado medley, com Thiago Pereira e Joanna Maranhão. Em Pequim, além de manter Thiago na elite do medley, a seleção passa a ter Kaio Márcio, do nado borboleta, com chance de pódio, e volta a contar com boas possibilidades nas provas rápidas de crawl, especialmente com César Cielo. Apesar de levar um time menor (são 11 os nadadores com índices, contra 23 em Atenas), é mais forte em mais de um estilo. A história da natação olímpica destaca os resultados do estilo livre. Tetsuo Okamoto ganhou a primeira medalha, um bronze em Helsinque/52, numa prova de longa distância, os 1.500 m livre. E só. Depois disso, a natação do Brasil somou mais oito medalhas em todos os tempos, sete no estilo livre, em provas rápidas, e apenas uma, a prata de Ricardo Prado, em Los Angeles/84, no medley. Gustavo Borges tem quatro medalhas olímpicas no estilo livre - prata nos 100 m em Barcelona/92, bronze nos 100 m e prata nos 200 m, em Atlanta/96, bronze no revezamento 4 x 100 m, em Sydney/2000. Esta equipe também tinha Xuxa, dono de outra medalha: bronze nos 50 m livre, em Atlanta. O revezamento 4 x 200 m livre também tem um bronze, em Moscou (time de Djan Madruga). Coube a Cielo, agora aos 21 anos, e em sua primeira Olimpíada, dar continuidade à dinastia dos velocistas do estilo livre. "A velocidade nunca chegou a perder força. Em Atenas, mesmo sem medalhas, teve os finalistas Flávia Delaroli (nos 50 m livre) e Gabriel Mangabeira (100 m borboleta). Também surgiu o Kaio Márcio, nos 50 m borboleta, que é prova de velocidade. Está bem equilibrado em termos de estilo", acentua o técnico Alberto Silva. "Mas, olhando como um todo, a natação sempre havia se destacado pelo livre. Houve um vácuo em termos de medalha." Nicholas dos Santos, de 28 anos e 1,91 m, o mais experiente entre os velocistas brasileiros do estilo livre, observa que Xuxa e Gustavo sempre foram exemplos. "Apareceram o Thiago e o Kaio. Mas agora também temos o Cielo, que está no topo do ranking dos 100 m, juntamente com o australiano Eamon Sullivan, o sueco Stefan Nystrand e o sul-africano Roland Schoeman." Nicholas conhece Cielo desde o tempo em que o velocista começou a nadar no Pinheiros, aos 17 anos. "Ele é competitivo, nos 50 m e nos 100 m, candidato a medalha." Nicholas, que nada desde os 7 anos, por influência do pai, dono de uma escola de mergulho, tem o objetivo de reduzir o seu tempo dos 50 m. Nadou 22s18 no Pan do Rio, mas sua melhor marca (em piscina longa) é 22s12, da Universíade, ambas no ano passado. "Estou treinando para o Troféu Maria Lenk (em maio) e a Olimpíada", diz Nicholas. Observa que todos os nadadores que estiverem na casa dos 21 segundos são candidatos à medalha. "A disputa dos 50 m livre é muito acirrada e, por isso, aberta." Em Pequim, Nicholas ainda nadará na equipe do revezamento 4 x 100 m livre, com César Cielo, Fernando Silva e Eduardo Deboni.

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