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Brasil, mais uma vez campeão

Em ano de crise, seleção mostra força e conquista o bi no Japão

Por Heleni Felippe
Atualização:

O Brasil deixa o Japão com o título da Copa do Mundo, a vaga olímpica e aliviado por superar o primeiro grande teste após a maior crise da seleção bicampeã mundial e campeã olímpica causada pela saída do levantador Ricardinho, por desentendimentos com o técnico Bernardinho. O substituto Marcelinho esteve bem - foram 11 partidas, em 15 dias - e manteve o jogo em velocidade, que garante o sucesso da seleção. O Brasil derrotou o Japão, ontem, por 3 sets a 1 (23/25, 25/21, 25/19 e 25/18), somou dez vitórias - perdeu apenas um jogo, o primeiro, para os EUA - foi campeão e ficou com uma das três vagas em disputa para a Olimpíada de Pequim, em 2008. A Rússia, medalha de prata, e a Bulgária, de bronze, também se classificaram. O carioca Marcelo Elgarten, de 33 anos e 1,86 m, que não voltará ao Brasil - se reapresenta ao grego Panathinaiko - definiu ontem, por telefone, a temporada como "espetacular". "Ganhamos todos os títulos em que joguei como titular", observou, referindo-se ao Pan-Americano do Rio e ao Sul-Americano do Chile. Os resultados, mais o título da Copa do Mundo, deram confiança. "Foi bom dar conta do recado." Ricardinho foi cortado às vésperas do Pan, após ter sido o melhor jogador da Liga Mundial. Convocado por Bernardinho para a Copa do Mundo, calou-se diante da exigência do técnico de um pedido de desculpas para voltar. Marcelinho assumiu, com Bruno Rezende na reserva. "Vou continuar trabalhando no meu clube, até maio, e depois me reapresento à seleção para a Liga Mundial e a Olimpíada, sempre buscando o meu espaço", falou Marcelinho. Evitou dizer que tem a expectativa de disputar os Jogos de Pequim como titular. "Quem tem de falar sobre isso é o técnico. Mas é claro que eu quero jogar." Também evitou críticas a Ricardinho. A Copa do Mundo provou que a seleção não precisa mais do jogador? "Claro que não! O Ricardinho faz falta para qualquer time do mundo." Para Nalbert, ainda bem que "o pepino caiu nas mãos de um cara equilibrado e maduro, como Marcelinho, preparado para superar a séria crise do time". O levantador concordou e agradeceu os elogios. "Ele me conhece como poucos." Bernardinho definiu como normal a derrota na estréia para os EUA e observou que o time soube se superar. "Essa equipe teve momentos importantes com a entrada do Marcelinho, que havia treinado e jogado pouco com o time", comentou o treinador, que vai planejar o trabalho até a Olimpíada baseando-se nos rivais e no desempenho de seus atletas. As finais da Liga Mundial, que serão no Brasil, servirão como teste. Giba foi eleito o melhor jogador, Dante o mais eficiente no ataque e Escadinha ganhou como líbero. Mas André Nascimento roubou a cena ontem com 23 pontos contra o Japão. O Brasil foi ajudado no quarto set quando, por um erro na listagem oficial de jogadores em quadra, o Japão foi punido com a perda de sete pontos (os japoneses venciam por 7 a 2). Giba disse que André merecia ficar com o prêmio de melhor jogador, ganho por ele. "O importante é que o sistema de jogo do time funcionou", comentou André. Para a Olimpíada, o canhoto entende que os desafios serão maiores. "As seleções estão evoluindo e têm estudado muito a nossa forma de jogar."

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