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Brasil se adapta ao frio e umidade recorde no Pan-Americano de Lima

COB e atletas trabalham para diminuir o impacto do ‘inverno mais úmido dos últimos 50 anos’ na capital peruana

Por Paulo Favero e enviado especial a Lima
Atualização:

Os atletas do Time Brasil estão tendo de lidar com um clima atípico em Lima durante os Jogos Pan-Americanos. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia peruano, este já pode ser considerado o “inverno mais úmido dos últimos 50 anos”. Tais condições aliada ao frio podem atrapalhar o desempenho dos atletas e deixam a sensação térmica mais baixa.

Já prevendo tais dificuldades, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) se organizou e o departamento médico da entidade tem participação na reunião de boas-vindas feitas a todas as modalidades quando chegam à Vila Pan-Americana, trabalhando em conjunto com o departamento técnico.

Atletas como Chloé Calmon, do surfe, acostumados a se apresentar no clima quente, tiveram que se adaptar a um mês atípico em Lima com frio e umidade elevada Foto: Jonne Roriz/COB

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“As estatísticas mostram que não há um aumento significante de lesões no frio relacionado à competição, desde que os procedimentos de aquecimento sejam bem feitos. Então a maior recomendação é que o atleta mantenha o procedimento de aquecimento mesmo fora de competição. Nós temos uma recomendação especial para que esses passos sejam mantidos”, explica Roberto Nahon, médico chefe da delegação brasileira e do COB.

Ele lembra que a delegação já estava preparada para as condições locais porque havia participado de todas as reuniões prévias aos Jogos, adaptando a operação. “É importante notar que a adaptação fisiológica de um atleta ao frio e à umidade depende do treinamento que ele fez ao longo de sua vida e de outras características fisiológicas, como gordura corporal, sexo e modalidade esportiva, principalmente”, diz.

O especialista comenta que o maior risco para os atletas é quando existe a junção de calor e umidade. Sendo frio, o risco é um pouco menor, mas é preciso ter atenção com provas principalmente de triatlo e maratona aquática. Na primeira o Brasil foi bem e teve sua melhor participação da história. Já a segunda competição será domingo.

“Existe uma preocupação maior nessas modalidades, mas elas têm regras de segurança, como a utilização de roupas de neoprene quando a água atinge uma certa temperatura, o que aconteceu aqui em Lima. E a equipe do Brasil de triatlo se saiu muito bem, mostrando estar preparada para as condições enfrentadas”, afirma.

No vôlei de praia, por exemplo, muitos atletas utilizaram uma roupa por baixo da camiseta ou do biquíni, por causa do frio. No surfe, os competidores estão com roupas de neoprene, que ajudam a manter o aquecimento do corpo na água gelada por mais tempo. A umidade do ar tem ficado entre 97% e 100% e isso faz com que a sensação térmica seja até 3°C mais baixa.

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“Temperatura muito baixa tem relação significante com modalidades de curta duração, como velocidade e saltos, mas não são as únicas variáveis relevantes. Se por um lado temperatura e umidade podem atrapalhar algumas provas, por outro, em disputas de longa duração, evitaria o superaquecimento do atleta, a queda do rendimento e qualidade das marcas alcançadas”, comenta o Dr. Nahon.

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